Figura: Nuno Santos

O extremo foi um leão no Bessa. O internacional sub-21 português tem uma atitude competitiva incrível: protesta, pede a bola, chama a atenção aos colegas, aplaude. Enfim, há jogadores que precisam destas sensações para jogarem bem e Nuno Santos é um desses. É um trabalhador nato, recheado de qualidade técnica e com olhos na baliza e voltou a prová-lo no regresso à titularidade.  Oportuno, Nuno marcou o golo inaugural da partida e ofereceu outro a Sporar, mas o esloveno não concretizou. Jogou muito. 


Momento: obra de arte de Porro, minuto 78

O Sporting vencia por 1-0 e ainda que o jogo não estivesse perigoso, o resultado permitia ao Boavista acreditar que era possível, no mínimo, empatar. Num momento de inspiração pura, Pedro Porro fez um grande golo e arrumou a questão: tirou Hamache do caminho e a cerca de trinta metros da baliza, acertou na bola com o peito de pé, fazendo-a entrar no poste mais distante e por cima de Léo. Que golo!


Outros destaques:

Léo Jardim: viu a bola fugir-lhe, lentamente no lance do primeiro golo do Sporting, é verdade. No entanto, é justo referir as defesas que o guarda-redes brasileiro fez e que evitaram a sua equipa de sofrer um resultado mais pesado. A intervenção com os pés a remate de João Mário, na qual venceu a inércia do próprio movimento, é excelente tal como o toque subtil a desviar o cruzamento de Nuno Santos e atrapalhar a conclusão de Sporar. Não foi por ele que os axadrezados perderam. 

Nuno Mendes e Pedro Porro:  os dois são, provavelmente, quem mais desequilibra devido à profundidade e largura que oferecem à equipa. O português regressou às suas exibições e foram, do seu pé esquerdo, que saíram as melhores oportunidades da primeira parte. Nuno Mendes assistiu Nuno Santos para o 1-0 e esteve ele próprio perto do segundo num pontapé de fora da área. Por sua vez, o espanhol esteve mais sóbrio nas suas ações, mas nem por isso deixou de fazer um golaço e de resolver de vez o encontro. 

Elis: o hondurenho passou uma parte completamente só na frente e sem ser servido em condições. Ainda assim, «La Panterita» lutou e trabalhou até à exaustão. Esteve, inclusive, perto de ser recompensado quando quase aproveitou uma falha de Neto. Elis ainda marcou numa das raras saídas do Boavista na primeira parte, mas estava em posição irregular. Merecia outro acompanhamento.

Matheus Nunes: recuperou a versão de um médio calmo, sereno e com bastante lucidez na hora de fazer a bola circular tanto por dentro – a encontrar Jovane – como pelos laterais Porro e Nuno Mendes. O brasileiro esteve sempre bem posicionado assim que a equipa perdeu a bola, fartando-se de somar recuperações. Não se deu pela falta de Palhinha e esse é, porventura, o maior elogio que se pode fazer a Matheus.