Daniel Ramos, treinador do Marítimo, analisa a goleada sofrida em Alvalade (5-0):

[o Marítimo tinha 15 golos sofridos até aqui, e só neste jogo sofreu cinco. O que se passou?] «Algo de anormal. Não é normal sofrermos assim, mas acontece. Temos equipas grandes muito fortes, e mesmo tendo em contra o Braga, para vermos com regularidade golos das equipas mais fortes. Com erros do adversário, com um aproveitamento bom, é normal ver resultados desequilibrados. É a nossa realidade. As equipas têm de ser muito competentes para igualar os jogos fora de casa, com os grandes. Fizemos uma primeira parte bem conseguida, tivemos a primeira oportunidade, concedemos poucas oportunidades.»

«Com 1-0 ao intervalo estava tudo em aberto, e nessa altura falámos que tínhamos de subir 10 ou 15 metros. Logo a abrir tivemos um bom arranque do Fabrício, que podia ter dado o empate, e depois cometemos um erro que dá o 2-0 e tudo se complica. Ainda fomos à procura de algo, demos uma boa resposta. Foi pena não termos feito o 2-1, mas depois sofremos o 3-0 e a equipa perdeu-se. É um resultado que nos penaliza bastante. Faltou depois rigor e frescura mental. Alguns jogadores depois queriam atacar, outros perceberam que tínhamos o jogo perdido. Com outro equilíbrio se calhar não tínhamos sofrido tantos golos.»

[sobre as três derrotas consecutivas na Liga] «Claro que as derrotas preocupam, e as sequências também. Não considero que estamos num ciclo negativo, mas estamos mais débeis. Falta um conjunto de opções, e quando o plantel não é tão equilibrado quanto se quer, onde a qualidade não é abundante em algumas posições. O Marítimo tem feito um campeonato acima do expectável, se calhar acima do verdadeiro valor da equipa. Temos muito mérito nisso, pois 27 pontos é muito positivo no final da primeira volta. Isso não se conquista a estalar os dedos. Mas preocupa-me, pois queremos mais, queremos mais soluções, queremos um plantel mais competitivo. Desejo ter mais opções, para ter essa capacidade de resposta. Até as termos, vamos continuar a esconder as nossas debilidades e a trabalhar nos limites.»

[sobre a tal diferença entre os principais emblemas e os restantes, levantada na primeira resposta] «A competitividade existe. O grande desequilíbrio é feito pelas equipas mais fortes. Essa é a desigualdade que existe. Jogue quem jogar no Benfica, Porto, Sporting ou Braga, são melhores. Jogue quem jogar. Acho que não estou a dar novidade nenhuma. Quando essas equipas estão bem, estão motivadas, é extremamente difícil competir com elas. Em casa ainda conseguirmos equilibrar isso, mas fora é muito complicado.»