Ainda não foi desta. Nem o Gil conseguiu somar a primeira vitória, nem o Estoril conseguiu vencer pela primeira vez fora de portas. Os dois conjuntos mediram forças no Estádio Cidade de Barcelos e empataram a uma bola, registando-se apenas alguns minutos de emotividade no final da primeira parte, num jogo que, de resto, teve poucos momentos de interesse.

Os dois conjuntos continuam a sua caminhada tímida na presente edição da Liga estando pior, contudo, o Gil Vicente, que ainda não saboreou a vitória e segue como lanterna vermelha. Enquanto houve pernas o Estoril até esteve melhor, mas viu Simi adiantar o Gil Vicente no marcador. Kléber restabeleceu a igualdade ainda no primeiro tempo. O final da primeira parte prometeu, mas ficou-se por aí, não passando de promessas.

Em relação ao último jogo, em que foi derrotado no Estádio do Bessa, José Mota fez apenas uma alteração no seu conjunto. Depois de cumprir castigo Pecks regressou ao eixo da defesa do Gil, voltando a jogar ao lado de Enza-Yamissi.

Por seu turno, e até porque o tempo de recuperação foi curto depois do triunfo diante do Panathinaikos, José Couceiro fez mais mexidas na sua equipa. Cabrera foi expulso no Estádio da Luz e, já se sabia, deu o seu lugar no miolo a Filipe Gonçalves. Mano e Rúben Fernandes voltaram a jogar nas laterais nos lugares de Anderson Luís e Emídio Rafael, enquanto no ataque apenas se manteve Sebá, desta vez fazendo trio com Kléber e Kuca. Cinco alterações, portanto, operadas pelo técnico do Estoril.

Estoril melhor, mas Gil a marcar

Ainda sem vencer, o Gil Vicente apresentou-se em campo com uma força de vontade desmedida. Os jogadores gilistas interiorizaram as palavras de José Mota e também eles entraram em campo «sem volta a dar» a não ser conquistar os três pontos.

Contudo, à sétima jornada e ainda à procura da primeira vitória, a força de vontade esbarrou na intranquilidade que, naturalmente, assombra a equipa de Barcelos. Sem se conseguir soltar dos fantasmas, o Gil viu um Estoril motivado com a vitória europeia assumir as despesas do jogo. Valeu Adriano Facchini, que manteve as redes do Gil invioláveis quando Yohan Tavares e Kuca lhe apareceram pela frente em condições de abrir o ativo.

Contra a corrente do jogo, Simi colocou os gilistas em vantagem, quando faltavam cerca de cinco minutos para o intervalo. Na sequência de um lançamento de linha lateral, a defesa do Estoril ficou a ver jogar e o gigante avançado mostrou sentido de oportunidade ao marcar de primeira, naquele que foi o primeiro remate à baliza do Gil Vicente.

Injustiça reparada logo dois minutos depois, por Kléber, na transformação de um castigo máximo. O lance não aparentava grande perigo, mas Pecks abordou a bola de forma pouco ortodoxa e Bruno Esteves assinalou de imediato grande penalidade, alegando que o jogador do Gil jogou a bola com a mão no interior da área. Kléber não desperdiçou a oportunidade e restabeleceu a igualdade no marcador.

Mais Gil na segunda parte

A vantagem mal festejada pelo Gil Vicente teve o condão de espevitar a equipa de Barcelos, que se apresentou mais acutilante e, sobretudo, mais audaz na procura do golo nos segundos quarenta e cinco minutos.

Uma tendência que se acentuou com o aparente desgaste da equipa da Linha no segundo tempo que, recorde-se, vinha de um triunfo histórico a meio da semana diante dos gregos do Panathinaikos.

O Gil assumiu as despesas do jogo, apareceu com mais regularidade junto à baliza de Vagner, mas a verdade é que não conseguiu traduzir a sua supremacia em lances de verdadeiro perigo. Simi ainda tentou desfazer a igualdade no último suspiro do encontro, mas a cabeçada saiu por cima da baliza de Vagner.

Empate tímido e sem cor em Barcelos, um resultado que acaba por ajustar-se, face à repartição dos momentos de domínio. O Estoril esteve melhor na primeira parte, enquanto teve pernas, já o Gil dominou no segundo tempo.