Era uma vitória anunciada desde os primeiros minutos, complicou-se, mas no fim, precipitada pela expulsão de Adrían Marín, confirmou-se: o Desp. Chaves triunfou na receção ao Gil Vicente, por 3-1, em jogo da décima jornada da Liga.

No campeonato, são os flavienses que têm estado na mó de cima, perante um início de campanha pobre por parte dos gilistas – ainda na ressaca de uma temporada histórica. Mas curiosamente, era a formação de Barcelos que chegava a Trás dos Montes com um outro elã, depois da vitória na Taça – a contrastar com a eliminação surpreendente frente ao Valadares Gaia.

Deus perdoa, Navarro não

O Chaves, no entanto, entrou com vontade de mostrar às suas gentes que a face deixada em Gaia não é a correta, e isso materializou-se dentro das quatro linhas – mas não no marcador.

Não foi, não foram duas, foram três as oportunidades claras dos homens de Vítor Campelos nos primeiros minutos de jogo. João Teixeira e João Mendes, suportados pelo pivot Guima, foram dinamizando o jogo com bola, João Correia, no lado direito, dava vivacidade, e que de maneira, ao ataque.

Só a definição no último terço – ora por falta de pontaria ora por Kritciuk – não acompanhava a vontade dos ‘Joões’.

Do outro lado, o Gil demorou a mostrar argumentos ofensivos para contrabalançar, mas quando o fez, foi a valer.

É que no ataque dos galos, há um homem que não perdoa, ao contrário de Deus: falamos de Fran Navarro, claro. De um lance de ataque do Chaves, nasceu o 1-0 do Gil, com Navarro a finalizar um contra-ataque bem desenhado, isto ao minuto 25.

Os flavienses sentiram o golo, estiveram alguns minutos mais tímidos – Navarro esteve até perto do bis –, mas depois pegaram novamente no comando da partida.

João Mendes voltou a tentar sorte, a tentar redimir-se do passe errado que originou o golo adversário, e Abass marcou mesmo, mas o golo foi anulado.

Ao Gil cabia tentar chegar ao intervalo em vantagem, e isso foi conseguido, mas com um grande contratempo: aos 45+7 minutos, Adrían Marín derrubou João Correia e foi expulso.

Se contra 11 o Chaves já estava a ser incontestavelmente superior, contra 10 adivinhava-se um sufoco ainda maior para os homens de Barcelos.

15 minutos bastaram para a reviravolta da justiça

15 minutos foi o que bastou ao Desportivo para virar a partida.

A segunda parte começou e no primeiro minuto Manuel Mota anulou o empate. Era um prenúncio do que aí vinha.

Aos 48 minutos, João Mendes começou a redenção e fez o 1-1, o que só deu ainda mais gás ao ritmo frenético dos comandados de Campelos. Kritciuk e a falta de pontaria de Arriba adiaram uma reviravolta que parecia inevitável, e ela chegou à hora de jogo. Aí, Arriba mostrou mais argumentos à frente da baliza.

A partir daí, acentuou-se o domínio flaviense, traduzido em mais um golo de João Correia, aos 67 minutos.

O Desp. Chaves, soltinho com a vantagem confortável e com a superioridade numérica, nunca deixou o Gil Vicente reentrar num jogo, o que, diga-se, seria uma tarefa hercúlea dada a história do jogo até aí.

O Chaves deixou o desgosto da Taça para trás e conseguiu a segunda vitória consecutiva na Liga, o que lhes dá, à condição, o nono lugar. Para o Gil, o perigo continua bem presente: apenas um ponto separa os homens de Barcelos do lugar do playoff.