A pior defesa (Famalicão) contra o pior ataque (Belenenses) terminou com uma igualdade a zero. As duas equipas não saíram do nulo num jogo entediante que beneficia mais os azuis do restelo, que já vão no sétimo empate sem golos da temporada, do que os famalicenses, que continuam em zona de despromoção.

Foi o primeiro ponto conquistado por Jorge Silas desde que chegou ao Famalicão. O técnico tem ainda muito trabalho pela frente numa equipa que abunda juventude e irreverência, mas que falta muita experiência – onze inicial com uma média de idades inferior a 23 anos. Já Petit conseguiu levar a água ao seu moinho e, de pontinho em pontinho, vai conseguindo atingir os objetivos da turma de belém.

Num jogo entre duas equipas a necessitar urgentemente de pontos, mais o Famalicão que entrava para esta jornada na penúltima posição, era expectável que as formações entrassem cautelosas. Ambas já não ganhavam há quatro jogos, contudo o Belenenses vinha de dois empates moralizadores, em casa frente ao FC Porto e em Guimarães com o Vitória.  Silas fez apenas duas alterações em relação ao desaire na Luz. Saíram Babic e Herrera e entraram Riccieli e Alexandre Guedes. Já Petit mudou apenas um homem: saiu o castigado Gonçalo Silva e entrou Diogo Calila.

E o que se esperava aconteceu. Os dois coletivos entram a estudar-se mutuamente e o rigor tático imperou durante todo o primeiro tempo. O Famalicão ainda procura identificar-se com o treinador – fez apenas dois jogos – e uma identidade para a equipa. Do onze inicial, apenas dois jogadores faziam parte do plantel do ano passado e seis chegaram apenas na reabertura do mercado, em janeiro. Num 4-3-3, os da casa sentiram muitas dificuldades em fazer ligar o seu jogo e furar as linhas adversárias.

Já do outro lado estava uma equipa madura, que sabe o que faz e quando o faz, embora nem sempre o faça bem. Os azuis do restelo jogavam na expetativa, à espera de um erro adversário, para sair no contragolpe ou, então, tentavam chamar os famalicenses para o seu meio campo para depois esticar o jogo nas costas. Por isso, não foi de estranhar quase não haver oportunidades de golo.

Apenas duas exceções, uma para cada lado, a confirmar a regras. Primeiro foi Tomás Ribeiro, após canto, a aparecer ao segundo poste a rematar para excelente intervenção de Luiz Júnior. Na resposta, Gil Dias aproveitou o passe de Patrick William, para entrar na área e, em boa posição, rematar à malha lateral.

Vira o disco e toca o mesmo

Se este jogo fosse um disco em vinil teria dois lados A, já que a segunda metade foi uma cópia do primeiro tempo. O Famalicão com mais iniciativa de jogo, enquanto o Belenenses continuava na expetativa e à espera da falha do opositor. Ocasiões de golo? Nada! Algumas aproximações às balizas e pouco mais. De um lado, Afonso Sousa rematou de longe para defesa de Luiz Júnior para canto. Do outro, foi Anderson a rematar à meia volta, já na área, ligeiramente por cima da barra. E foi só.

Os técnicos foram refrescando as equipas, mas percebia-se que ambos estavam satisfeitos com o ponto conquistado. Se por um lado o Belenenses tinha como objetivo não perder e, se conseguisse, ganhar, já o Famalicão queria ganhar, mas a determinado momento percebeu que um ponto era melhor do que zero. Saiu castigado o futebol e os adeptos que viram o jogo sem o seu principal condimento: o golo!