O Sporting garantiu o segundo lugar e o acesso direto à Liga dos Campeões com uma vitória sofrida, mas plena de significado diante do Belenenses. Uma vitória, arrancada a ferros, com uma grande penalidade, que também permite adiar, pelo menos por 24 horas, a festa do título do Benfica. Com um Estádio do Restelo bem composto, o espetáculo deixou, no entanto, muito a desejar. Sobrou a velocidade de Carlos Mané na primeira parte e o tal lance da grande penalidade que acabou por ser o único remate do Sporting no segundo tempo.

Confira a FICHA DO JOGO

Pouco antes do primeiro apito de Cosme Machado, aplausos no Restelo para a derrota do Paços de Ferreira. O Belenenses garantia à partida que não ia terminar a ronda abaixo da linha de água. Lito Vidigal também deixou claras as suas intenções quando foi revelada a constituição da equipa. Um onze sem ponta de lança, com três médios defensivos e outros três talhados para a velocidade, mas o início do jogo revelou uma surpresa escondida. O capitão Fernando Ferreira pisava terrenos bem mais adiantados do que é habitual, aparecendo muitas vezes como ponta de lança, à frente do tridente constituído por Rojas, Fredy e Miguel Rosa.

Os destaques do jogo: Mané supersónico

O Sporting, por seu lado, entrou em campo com a estrutura habitual, apenas com Piris no lugar do castigado Cédric, mas sem qualquer pressa de chegar ao objetivo: um golo que garantia o acesso direto aos milhões da Liga dos Campeões. Foi até do Belenenses a primeira oportunidade do jogo, com Rojas a cruzar tenso da direita e Fredy a chegar um tudo nada atrasado para a emenda. Os leões entraram no jogo com a embraiagem a fundo e progrediam com pequenos toques no acelerador, seguros atrás, mas sem velocidade para chegar à frente. A equipa de Leonardo Jardim, com o jogo controlado, ia subindo no terreno, mas centímetro a centímetro e só conseguia velocidade no flanco direito, com Carlos Mané e André Martins a abrirem caminho com rápidas combinações.

A primeira oportunidade surgiu já com vinte minutos de jogo com André Martins a cruzar para a cabeçada de Slimani ao lado. Dez minutos volvidos e um caso no jogo, com Miguel Rosa a derrubar André Martins fora da área. O jogo ganhava finalmente velocidade e, num cruzamento de Capel, Slimani não chega, Mané estava de costas e André Martins, à meia volta, atirou à trave. Foi a melhor oportunidade de uma primeira parte pobre, com um Belenenses bem fechado, um Sporting sem ideias e com velocidade condicionada por um relvado seco.

Adrien assina cheque dos milhões dos onze metros

A segunda parte começou com um ritmo bem mais elevado, agora com o Sporting virado para o Tejo, com os dois flancos a funcionarem, mas também com um calafrio para os leões, com um remate de Fernando Ferreira a obrigar Patrício a defesa apertada. Depois da melhor oportunidade do Belenenses, mais uma investida do imparável Carlos Mané e falta de João Meira na área. Desta vez Cosme Machado não teve dúvidas e Adrien, desde a marca dos onze metros, marcou um golo pleno de significado para a classificação.

Além das contas relativas à classificação, o golo também mexia com o próprio jogo. Agora sim, havia futebol, com o Belenenses também a recorrer ao acelerador na procura do empate. O Sporting tinha mais espaços, mas também maiores preocupações defensivas, com destaque para um desvio de cabeça de Fernando Ferreira que obrigou Patrício a defender para canto. O jogo prosseguiu aberto, sem que os leões se conseguissem impor definitivamente diante de um Belenenses sempre ameaçador. A complicar a vida ao Sporting, Rojo é expulso com cartão vermelho direto depois de uma entrada sobre Rojas.

Dez minutos de intenso sofrimento para os de verde-e-branco, com o Belenenses a arriscar tudo na procura do empate e o Sporting, já com Montero em campo, sem conseguir responder. O golo de Adrien acabou mesmo por ser o único remate dos leões em toda a segunda parte. Mas o essencial acabou por ficar garantido.