A figura: Kuca

Foi o jogador em maior evidência em toda a partida. Grande parte das jogadas ofensivas dos vila condenses exploraram a sua velocidade e qualidade técnica, que deixou os defensores contrários desnorteados. Na segunda parte, depois de ter tentado um chapéu que saiu de «aba larga» por cima da baliza de Bracali, inventou mais uma jogada pela direita, em que a bola chega a Guedes em excelente posição, mas o camisola 7 atirou muito por cima. A dez minutos do final conduziu um contra-ataque que só não terminou em golo porque Hélder Postiga não foi capaz de ultrapassar Bracali. Tivesse tido melhor companhia no recreio, e festa teria sido outra.

O momento: pressão vila condense esbarra no poste (76')

O jogo caminhava para o final com o Rio Ave a intensificar a busca pelo golo que pudesse dar a quarta vitória consecutiva. Aos 76 minutos, num livre lateral batido por Edimar, a bola ainda parece ser desviada por Kuca antes de bater no poste, no lance em que o golo esteve mais perto de aparecer. As tentativas vila condenses não se esgotaram nesse lance, mas foi esse momento podia ter dado outro desfecho.

Positivo: adeptos dizem «presente»

A partida colocava frente a frente as duas equipas que ocupavam o 5.º lugar, estando na mesma linha da corrida rumo à Europa. E os adeptos de ambas as equipas perceberam a importância do jogo, e não faltaram à chamada. De Vila do Conde viajaram oito autocarros de gente que se fez ouvir ainda antes do início da partida e que continuou, de forma brava, mesmo sob chuva intensa a puxar pelos jogadores de Pedro Martins. Também a população arouquense foi mobilizada e compareceu em força no Municipal, com os adeptos das duas equipas a proporcionarem bons momentos de «desgarrada». O futebol assim faz sentido.

JOGO AO VIVO

Outros destaques:

Lucas Lima: o lateral brasileiro que costuma dar nas vistas sobretudo nas ações ofensivas foi obrigado, desde cedo, a conter-se nas subidas pelo seu flanco, uma vez que o adversário canalizou por ali muitas das suas iniciativas atacantes. Mas não foi por isso que não mostrou as qualidades que fazem dele um dos mais interessantes laterais esquerdos deste campeonato. Ainda nos primeiros 20 minutos fez dois cortes eficazes, mostrando que cumpre bem na sua primeira tarefa.

Guedes: muito moralizado por duas jornadas consecutivas a marcar, o dianteiro português deu muito trabalho aos centrais arouquenses, colocando a cabeça a todos os lances em que a bola foi bombeada para a área. Aos 67 minutos teve uma das melhores oportunidades do jogo para bater Bracali, mas atirou muito por cima. Sairia pouco depois para dar lugar a Hélder Postiga.

Mateus: iniciou o jogo muito apagado, mas foi o responsável pelas jogadas de maior perigo do Arouca. A fechar o primeiro tempo obrigou Cássio à defesa da tarde, e, já à entrada dos últimos 10 minutos da partida, teve uma arrancada pela direita que beijou as malhas laterais da baliza contrária, levando alguns adeptos a gritar golo.

Bracali: a segurança defensiva do Arouca encontra no seu guarda-redes o melhor reflexo. Quando os colegas de setor não conseguem resolver os problemas, está lá sempre um porto seguro a quem as bolas parecem sempre procurar. Mérito do brasileiro, obviamente, que tem sempre um posicionamento correto. Arrancou mais uma bela exibição, dando força ao sonho arouquense de chegar à Europa.