Na terceira ronda da Liga 2008/09, entre uma derrota caseira e um triunfo na Trofa, o Leixões apresentou ao futebol português o médio que viria a equilibrar o onze de José Mota, Roberto Souza, rumo à liderança da competição. Até quando? - foram perguntando os descrentes, a cada embate com os denominados «grandes». O descrédito, a teoria do acaso, vai caindo por terra.
Minuto 66, Estádio de Alvalade. Lá atrás, Beto Pimparel, mais um nome promissor desperdiçado nas fornadas da formação verde e branca, defende tudo. Paulo Bento agita-se. Queimara duas substituições sem resultados práticos. Rochemback sucumbiu, Pedro Silva entrou para fazer o mesmo e golos, nem vê-los. Pouco antes do descalabro, Beto defende mais uma. Ainda antes, Rui Patrício fizera o mesmo. Seria noite de guarda-redes?
Cruzamento na esquerda, alívio leonino e uma promessa de contra-ataque no corpo de Izmailov, unidade mais regular nos últimos jogos do Sporting. E então, vindo não se sabe de onde, surge um pé direito por detrás do corpo do russo, ainda atónico, vendo Roberto Souza estragar a história daquele lance para criar um guião em jeito de auto-biografia. Mais um toque, corredor aberto na zona frontal e pontapé seco, objectivo como o seu futebol, sem oposição brilhante de Patrício. 0-1, mais um pouco de festa no Mar.
«Esqueci-me de dizer à minha mulher para tirar uma fotografia à classificação. Só para acreditarem que estivemos em primeiro», desabafava um adepto do Leixões, antes do apito inicial em Alvalade. Não foi preciso. Fora de casa, a equipa de Mota só sabe vencer. O Sporting, do outro lado, desaproveitou o impulso pela qualificação história para a próxima fase da Champions, entregando a Taça de Portugal e três pontos em dois jogos como visitado.