A qualidade sempre esteve lá. Via-se pelo toque na bola, pelo serpentear. Mas faltava qualquer coisa. Faltava regularidade, faltava a definição do último toque. E tempo. Nico Gaitán demorou meia temporada a mostrar que os mais de oito milhões pagos pelo Benfica ao Boca Juniors não foram um investimento disparatado. O argentino não só saiu como figura do derby e da ronda 20, como se adivinha peça fundamental no futuro do clube da Luz.

A vitória do FC Porto em jogo antecipado colocava pressão extra aos encarnados, que visitavam o terreno do eterno rival Sporting. Na primeira vez que tocou na bola, Gaitán explicou ao Benfica como se vencia o derby da capital. Pela extrema esquerda, o argentino desequilibrou a favor dos encarnados. Fez meia assistência no 1-0 e assinou o segundo dos encarnados, que saíram de Alvalade ainda como candidatos ao títulos, apesar de a diferença para o líder estar feita num oito.

Em jornada de derby, e por muito mal que o leão esteja, a figura maior do jogo teria de ser a maior da jornada também. Até porque, com o líder no sofá, depois do trabalho feito, era no José Alvalade que se colocava os holofotes. Gaitán reservou uns quantos para ele próprio.