Três vantagens perdidas. Empate com travo amargo para o Sp. Braga na receção ao Leicester (3-3) em jogo do Grupo G da Liga Europa. Os guerreiros armaram-se caçadores dos «foxes» e dispararam certeiro em três ocasiões, estando na frente do marcador. Mas a manha da raposa mostrou estar à prova de guerreiros.

Grande jogo na pedreira, com incerteza no resultado até para lá da hora. A quinze segundos dos noventa havia 2-2. O Sp. Braga ainda festejou um triunfo que parecia certo, mas nos descontos Vardy resgatou o Leicester, carimbando o empate a três com que se chegou ao fim de um jogo intenso.

Travo amargo, bastante amargo, para o Sp. Braga que podia ter dado um passo de gigante nas contas do Grupo G da Liga Europa, mas acabou por consentir o empate. Empate que é suficiente para os ingleses garantirem o apuramento para a próxima fase da prova, mantendo o primeiro lugar do grupo.

Entrada sem medo

Com respeito mas sem medo, tal como Carlos Carvalhal anunciou na conferência de imprensa de lançamento do jogo, o Sp. Braga tratou de passar para a prática a declaração do seu treinador, chegando ao golo logo aos quatro minutos. Melhor arranque seria difícil de imaginar. Musrati encheu o pé de fora da área, culminando em golo um lance no qual teve influência decisiva ao lançar a jogada.

Durou, contudo, apenas cinco minutos a vantagem. Depois de marcar Al Musrati fica mal na fotografia ao entregar a bola ao adversário, quando até nem estava muito pressionado, e no desenrolar da jogada Barnes atira de pé esquerdo, cruzado, sem hipóteses para Matheus segurar a vantagem.

Depois da derrota pesada no King Power Stadium o empate quase imediato do Leicester poderia atemorizar os guerreiros, mas verificou-se precisamente o contrário. Os pupilos de Carlos Carvalhal não se encolheram, dividiram o jogo e criaram as oportunidades de golo mais lúcidas.

Num lance com três tabelinhas ao primeiro toque à entrada da área inglesa, com muita qualidade, Paulinho encostou para o fundo das redes depois de Ricardo Horta aparecer isolado mas ter perdido ângulo de remate ao driblar Schmeichel. O guarda-redes foi, depois disso, preponderante para garantir ao Leicester a ida para os balneários ao intervalo a perder apenas por um golo de diferença.

Trancas à porta cedo de mais

Brendan Rodgers, técnico da equipa inglesa, não esperou muito e ao intervalo lançou Fofana e Tielemans, dois elementos que foram titulares no primeiro jogo entre estas duas equipas. Acrescentou poder de fogo à sua equipa, mas verdade é que o Sp. Braga estava confortável em vantagem e controlou bem o segundo tempo.

O conjunto de Carlos Carvalhal controlou o ritmo de jogo, não permitiu aos «foxes» impor o seu jogo e, com critério, a equipa portuguesa ainda ia criando perigo. Também criava perigo o Leicester, é certo, mas nunca foi capaz de encostar verdadeiramente os guerreiros às cordas. Tinha personalidade o Sp. Braga, a quem Carlos Carvalhal acrescentou Raúl Silva ao eixo da defesa, para prevenir um previsível maior assédio do Leicester.

Confirmou-se. A treze minutos dos noventa Thomas fez a igualdade quando os ingleses se instalavam de forma subtil no meio campo bracarense. Maddison está na génese da jogada ao iludir Esgaio, colocando depois na área para Thomas encostar, reestabelecendo a igualdade no marcador.

Ação fora de horas

Mas ainda havia muitos capítulos para preencher nesta rábula entre guerreiros e raposas. Depois do empate a dois o Leicester deixou-se ficar pelo ataque, procurando o triunfo frente ao Sp. Braga que parecia não ter mais argumentos.

Puro engano. Quase em cima dos noventa a velocidade de Galeno lançou Fransérgio para o terceiro arsenalista. Festejos efusivos; não era para menos. O triunfo estava nas mãos depois de um jogo intenso.

Só que os «foxes» ainda tinham mais uma manha na manga. Vardy marcou para lá da hora e retirou o triunfo aos bracarenses, que deixaram uma boa imagem no jogo, mesmo não vencendo. Boa imagem, ainda que com travo amargo. O Leicester carimbou a passagem à próxima fase.