Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores
O treinador fez três alterações cirúrgicas em relação ao jogo anterior com o Marítimo, com as entradas de Pedro Silva, Vukcevic e Carlos Saleiro, mas manteve inabalável a mesma táctica e o mesmo sistema de jogo que parece estar completamente esgotado. Pelo menos, é essa a sensação que os jogadores deixam transparecer em campo: um enorme fastio na procura de espaços, dificuldades em mudar o ritmo de jogo e, por consequência, escassas oportunidades de golo.
Desta vez, valeu a presença de um público muito jovem [foram convidadas várias escolas] a contribuir para um ambiente simpático. Mas a complicar tudo, depois de um início lento, o Ventspils chegou primeiro ao golo, aos quinze minutos, num lance de bola parada: Zigajevs, na marcação de um livre sobre a direita, colocou a bola no segundo poste, onde surgiu o italiano Zamperini, feito Zorro, com máscara e tudo, a cabecear para as redes de Patrício. Um enorme silêncio caiu sobre Alvalade e a equipa não conseguiu disfarçar uma certa tensão, mas o golo teve o condão de obrigar os leões a aumentar a pressão e, sete minutos depois, chegou ao empate, numa jogada de insistência de Carlos Saleiro.
O Ventspils, cada vez mais recuado, deixou de atacar, reforçando a área de Kolinko, voltando a evidenciar os problemas do Sporting em encontrar espaços e, até ao intervalo, só com remates de longe é que os leões conseguiram visar a baliza do Ventspils. Paulo Bento abdicou, depois, de André Marques que além de ter perdido muitas bolas, já tinha visto um amarelo no lance que proporcionou o golo dos letões. Entrou Angulo [boa exibição], com Miguel Veloso a fazer o já tradicional desvio para a esquerda. O médio acabaria por fazer uma terceira posição, poucos minutos depois, uma vez que acabou a jogar a central, com a saída de Carriço para a entrada de Grimi.
A verdade é que o Sporting entrou com uma atitude diferente para a segunda parte, reforçando a agressividade em termos ofensivos e conseguindo, em poucos minutos, mais oportunidades do que em toda a primeira parte. O Ventspils limitava-se a defender, apenas com João Martins [entrou no início da segunda parte] mais adiantado, à espera de uma oportunidade para testar o seu «sprint». Foi numa das arrancadas do português que o Ventspils quase chegou ao segundo golo, com Tigirlas a atirar colocado e a obrigar Patrício a grande defesa. Na resposta, Vukcevic também teve o golo nos pés, mas atirou à figura de Kolinko. O jogo animou, mas a melhor oportunidade, até final, pertenceu ao Ventspils, numa cabeçada em balão de Butriks, que Patrício afastou junto à trave.
Um empate insonso que, conjugado com a vitória do Hertha na Holanda (3-2), adia a qualificação do Sporting para a próxima fase da Liga Europa e, talvez mais importante, deixa tudo em aberto quanto aos principais problemas da equipa. E no domingo há mais um teste de grau elevado em Vila do Conde...
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