Falcao, do medo à meia glória

Entrou receoso e quase saiu em ombros. A falta de confiança que o privou de um regresso mais madrugador notou-se nas primeiras abordagens. Tímido, sem a garra característica e com um nervosismo evidente. Num ápice tudo mudou. Ganhou uma bola, deu para Varela e posicionou-se para, como em tantas outras vezes, levantar o Dragão. Maldita trave, terá exclamado. Na segunda parte voltou a ter soberana ocasião, mas o remate prensado saiu por cima.

Alvaro Pereira, tudo bem até ao exagero

Se em Falcao se notou a paragem recente, Alvaro Pereira parece que nunca deixou de jogar. Pela esquerda, com ele, continua a ser sempre a abrir. Vigiou Navas, fechou ao centro, apoiou Varela e brilhou com um par de investidas. Sempre em alta rotação...até no lance que o tirou do jogo. Exagero no árbitro? Certamente. Mas também exagero do uruguaio, numa altura em que se pedia calma.

Hulk, um super-herói sem pé direito

Um minuto antes do golo de Luís Fabiano, dispôs da melhor ocasião em todo o jogo, quando, na cara da Javi Varas, atirou ao lado. Notou-se a falta de pé direito, num lance que pedia claramente essa solução. No resto do tempo esteve bem. Não foi brilhante, teve uma ou outra decisão questionável no passe, mas compensou com a explosão do costume. Na recta final, em duas arrancadas impressionantes ficou a dever a si próprio o golo.

Belluschi: essa «malapata»...

Quase, quase e mais quase...Tantos «quases» não chegam para fazer o golo que lhe escapa desde Agosto. Foi rematando, em força, em jeito. Foi distribuído, com classe, com inteligência. Foi recuperando, com força, com garra. Mas não marcou. E merecia.

Kanouté, comandante aéro

Desde cedo se notou que poderia ser a ameaça principal aos dragões. Bem mais alto do que Otamendi, ganhou quase todas as bolas de cabeça ao argentino e, com isso, pelo menos, assustou as hostes azuis e brancas. Aliás, logo na primeira jogada digna desse nome do desafio, atirou a rasar o poste. Um gigante que incomodou, mas não deixou marca.

Luís Fabiano, o golo seis anos depois

Na cabeça de muitos portistas estará certamente a provocadora questão: «Agora já marcas?» O avançado brasileiro que passou ao lado de uma época inteira no F.C. Porto, onde fez apenas três golos, só precisou de 15 minutos para marcar neste regresso ao Dragão, aproveitando uma desatenção da defesa portista. Foi assobiado quando entrou, mas trouxe a esperança ao Sevilha. Não deu para mais.

Javi Varas, o último obstáculo

Pode dizer-se que foi quase «tiro ao boneco», mas o guarda-redes do Sevilha aguentou a equipa na luta pela eliminatória até ao final. Hulk por duas vezes, Guarín perto do último suspiro. Ninguém desviou a bola do último obstáculo antes do golo. E só a isso se deve o sofrimento azul e branco.