Costuma-se dizer que quem gosta quer repetir e o Real Madrid voltou a levar isso à letra. Na final da Liga dos Campeões frente ao Dortmund, os merengues venceram por 2-0 e arrecadaram a 15.ª Champions na história do clube.

Destaque para o domínio dos germânicos durante praticamente toda a primeira parte, só que dois golpes letais, primeiro por Carvajal e depois por Vinícius Júnior, atiraram ao tapete as aspirações de Marco Reus se despedir com um troféu do Dortmund.

Wembley teve vista privilegiada para uma constelação que foi muito para lá das quatro linhas. Nas bancadas, nomes como José Mourinho, Sir Alex Ferguson ou até mesmo Jurgen Klopp (que tem más recordações deste estádio) deram ainda mais brilho a um espetáculo que por si só já prometia tirar os adeptos das respetivas cadeiras.

Em campo, as duas equipas mais competentes desta edição da Liga dos Campeões, uma com vontade de vingança, face à derrota sofrida diante do Bayern, precisamente em Wembley, na época 2012/13. A outra, com o 15 nas costas de muitos adeptos (sem qualquer tipo de homenagem a Valverde), queria chegar a esse número de troféus da competição mais importante de clubes.

Sem surpresas nos respetivos onzes iniciais, entrou melhor a formação de Edin Terzic, que ao longo de toda a primeira parte, ainda que com menos posse de bola, criou as melhores ocasiões de golo.

Entre os postes e apesar da não convocatória para o Euro2024, Courtois calçou as luvas e teve muito trabalho, a começar por um remate ao lado de Julian Brandt. Seguiu-se um festival de desperdícios dos germânicos, com dois protagonistas, Adeyemi e Füllkrug. O primeiro teve em Hummels um passador de qualidade, mas nem assim foi eficaz na altura de atirar à baliza.

No banco de suplentes, Terzic ganhava a Ancelotti no que ao desespero dizia respeito (não no número de pastilhas por minuto). Algo que piorou a meio do primeiro tempo, quando Füllkrug surgiu na cara de Courtois e desviou a bola com classe, que não foi suficiente para evitar o contacto com o poste.

Até ao intervalo, destaque para três cartões amarelos, que vieram dar outra cor (ou se calhar nem por isso) ao jogo, com o Dortmund claramente por cima do encontro, mas não por cima do resultado.

E como já é sabido, nunca se pode dar o Real Madrid como «morto» ou algo que se pareça, sobretudo quando em campo estão jogadores como Toni Kroos. No jogo de despedida, o internacional alemão bateu de forma exemplar o pontapé de canto e nas alturas, um herói improvável vestiu a capa. Dani Carvajal já tinha feito parecido no primeiro tempo e aos 74 minutos não perdoou.

Mais uma vez, contra a corrente do jogo, os comandados de Carlo Ancelotti mostraram sangue de campeão, perante uma falta de eficácia gritante dos germânicos.

Melhor que um golo de vantagem, apenas dois.

Há poucos dias soube que não faria parte da convocatória dos Países Baixos e este sábado esteve no lance do 2-0 para o Real Madrid. Péssimo passe de Maatsen e dentro da área, Vinícius Júnior fez o que melhor sabe (marcou e festejou com a habitual dança).

Pelo meio, dois grandes momentos em Wembley, protagonizados por companheiros de equipa na Alemanha. Marco Reus entrou para o último jogo ao serviço do Dortmund e em sentido inverso, Toni Kroos despediu-se dos merengues com mais uma Champions no bolso.

Nas bancadas, metade dos adeptos já não conseguiam ficar sentados e a festa teve início muito antes do apito do árbitro, que ainda serviu para invalidar o golo da esperança de Füllkrug, aos 87 minutos.

Só que no futebol e nesta competição em particular, antes de partirmos para um novo formato, tinha de ser o «rei» a erguer pela 15.ª vez na história a maior das coroas. 

O Real Madrid é o novo campeão europeu de clubes e sucede assim ao Manchester City, que na última época tinha erguido a «orelhuda» frente ao Inter.

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