O FC Porto saiu sem pontos de Anfield, mas com esperanças intactas de chegar aos oitavos de final da Liga dos Campeões.
A equipa de Sérgio Conceição não perdeu tudo, é certo. Mas perdeu uma boa hipótese de selar a qualificação: o Milan venceu em Espanha e, se os azuis e brancos tivessem ganho em Inglaterra, a próxima fase estava garantida. E o início de jogo, sem dúvida que foi prometedor nesse sentido.
O FC Porto entrou até – pode dizer-se – mandão. Decidido a dar uma sapatada na história recente com o Liverpool. Mas não fez acompanhar uma boa primeira parte de um necessário golo. Depois, a «bomba» de Thiago e a classe de Mohamed Salah, já na segunda parte, resolveram o assunto para um 100 por cento vitorioso Liverpool.
Este foi mesmo um jogo de múltiplas perdas para o dragão.
Perdeu oportunidades para estar em vantagem na melhor fase no jogo.
Perdeu Pepe – dúvida até à hora de jogo – aos 25 minutos: o central não aguentou e foi substituído por Fábio Cardoso.
Perdeu também Uribe para o jogo com o Atlético Madrid, devido ao cartão amarelo visto em cima do intervalo.
E perdeu (ainda que não dependendo de si), a hipótese de garantir esta noite, no mínimo, a Liga Europa, devido ao golo tardio do Milan em Espanha. Um golo que, por outro lado, permite ao FC Porto estar isolado no segundo lugar na luta pelos oitavos, o que é positivo.
Atitude e vontade quase deram em golo
O primeiro quarto de hora mostrou um FC Porto pressionante no meio-campo defensivo do Liverpool, equipa que trocou quatro unidades em relação à goleada com o Arsenal e mostrou um quarteto defensivo menos entrosado – Williams, Konaté, Matip e Tsimikas. Otávio e João Mário conseguiram tapar a saída dos ‘reds’ pelo seu corredor e Luis Díaz, com velocidade e capacidade de drible, deu que fazer do lado esquerdo.
As ocasiões, pode dizer-se, surgiram com naturalidade: um roubo de bola de Otávio a Tsimikas resultou num cruzamento para um desvio de Matip que quase traiu Alisson (8m). Depois, Otávio assinou o falhanço da noite, a passe de Luis Díaz (13m). Um lance que podia ter mudado a história do jogo e embalar uma entrada positiva do dragão.
Contrariedade para o equilíbrio
A saída de Pepe coincidiu mais ou menos com uma melhoria do Liverpool, que teve um golo anulado ao minuto 38: Sadio Mané até parecia em jogo, mas o lance foi anulado com auxílio do vídeo-árbitro.
Ainda antes do descanso, Mehdi Taremi deixou Conceição desesperado, num lance em que não quis ser egoísta e dar a bola ao lado em vez de rematar, perdendo o lance na cara de Alisson (42m). Já a abrir a segunda parte, Uribe também teve uma boa ocasião, falhando por centímetros (49m).
O FC Porto não foi letal, não marcou quando foi melhor. E sofreria depois com isso.
Ir lá à «lei da bomba» e com classe
O minuto 52 foi letal para o FC Porto, com um golaço de Thiago Alcântara, que apareceu de trás para rematar forte a bater Diogo Costa, na sobre de um livre a favor dos ingleses.
Klopp respirou melhor com a vantagem de um Liverpool que teve um início de jogo apático e foi já com dois pesos da equipa em campo – Robertson e Henderson – e após um golo anulado a Minamino que a equipa da casa selou o destino do jogo, com a classe de Mohamed Salah. O egípcio tabelou com Henderson, sentou Uribe e rematou entre o poste e Diogo Costa para o 2-0 a 20 minutos dos 90.
O FC Porto ainda tinha tempo, teve também Vitinha, Francisco Conceição, Toni Martínez e Grujic em campo e um incansável Luis Díaz a galgar metros para a frente, mas não conseguiu ferir mais o poderio inglês e vai para a última jornada em vantagem para o sprint final pelos oitavos, mas com tudo por decidir.
[Imagens: Eleven Sports]