Final da Liga dos Campeões
Sábado, 6 de junho, 19:45
Juventus (Ita) – Barcelona (Esp)
Estádio Olímpico de Berlim
Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia)


É inquestionavelmente um jogo entre dois dos maiores clubes da Europa, mas, também, avaliado em função de momentos de grandeza diferentes. O Barcelona é mais favorito do que a Juventus. A equipa espanhola tem uma história recente muito mais rica. E (também porque), ligado a esta, está um dos melhores jogadores dos últimos 15 anos: Xavi Hernández.

Todos quererão – do Barça ou da Juve – deixar o seu nome gravado nesta final, mas, mais do que todos, Xavi quererá ter as melhores recordações daquele que poderá ser o seu 151º jogo na Liga dos Campeões – o que será um recorde absoluto ficando desempatado de Iker CAsilla.

O nº6 do Barça está de partida para o Qatar e este será o seu último jogo pelo clube de sempre. Nada melhor do que sair com um titulo de campeão europeu – o que pode conseguir pela quarta vez. O capitão do Barcelona ganhou as finais da Liga dos Campeões em 2006, 2009, e 2011, assim como o segundo capitão, Iniesta. Ambos podem igualar o recorde de Clarence Seedorf com quatro títulos de campeão europeu de clubes.



Se fizer algum golo, Lionel Messi também pode fazer história ao ser o primeiro a marcar em três finais: depois de 2009 e 2011. Do outro lado, Alvaro Morata deverá ser o quarto jogador a estar vencer duas finais seguidas por clubes diferentes depois de, na época passada, ter ganho a prova pelo Real Madrid – o que o espanhol da Juventus procura já o fizeram: Marcel Desailly (Marselha e Milan, 1993-94), Paulo Sousa (Juventus e B. Dortmund 1996-97) e Samuel Eto'o (Barcelona e Inter 2009-10).

Ambos os clubes vão jogar a oitava final de um Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões. E o seu frente a frente nas competições europeias também mostra um grande equilíbrio: cada um ganhou dois jogos e houve mais dois empates entre ambos. O Barcelona ganha apenas por diferença de 7-6 em golos.

O desequilíbrio começa a notar-se mais não quando se tem em conta que, das oito finais, a Juve apenas conseguiu ganhar duas quando o Barça já venceu quatro, mas especialmente porque esta é a quarta final dos «culés» nesta década – tendo vencido as três já jogadas. Da última final conquistada pelo Barcelona (em 2011) sobram ainda oito jogadores: Daniel Alves, Piqué, Xavi, Iniesta, Mascherano, Busquets, Pedro Rodríguez e Messi.

Mas na Juventus também há experiência de vitórias. O clube italiano regressa a uma final depois de um jejum de 12 anos – de onde só sobrevive Buffon do troféu perdido para o Milan –, mas há jogadores que já ganharam a taça: Pirlo (Milan, 2003 e 2007), Evra e Tévez (Manchester United 2008) e Morata (Real Madrid 2014).



Com dois treinadores em estreia em ambos os clubes, qualquer deles pode, neste momento, conseguir o «treble»: ganhar o campeonato, a taça (que já ganharam) e a Liga dos Campeões. O Barcelona, no entanto, pode ser o primeiro a fazê-lo por duas vezes: Celtic (1967, Jock Stein), Ajax (1972, Stefan Kovacs), Eindhoven (1988, Guus Hiddink), Manchester United (1999, Alex Ferguson), Inter (2010, José Mourinho) e Bayern Munique (2013, Jupp Heynckes).

Massimiliano Allegri teve, no entanto, uma péssima notícia durante a semana, pois Chiellini lesionou-se e está definitivamente fora da final – perdendo-se a hipótese de ver como seria o reencontro com Luis Suárez depois do episódio da mordidela do Mundial 2014. Do lado do Barcelona, Luis Enrique tem todos os jogadores à sua disposição.

A contrariar a tendência de mais favorito do Barça – muito visível nas casas de apostas (há hora de publicação deste artigo, o «oddschecker não tinha uma das 24 casas de apostas a favorecer a Juventus) – está também a tendência que a «vecchia signora» está a começar a ter para voltar aos velhos tempos: depois de já ter suportado At. Madrid na fase de grupos e ter eliminado o campeão europeu Real Madrid nas meias-finais, a Juventus chega a Berlim invicta há nove partidas na Liga dos Campeões.