Pep Guardiola não espera um Real Madrid defensivo esta terça-feira no Allianz Arena no segundo jogo da meia-final da Liga dos Campeões depois de ter perdido no Santiago Bernabéu por 0-1. O treinador do Bayern Munique admite que «não será fácil travar a velocidade» da equipa de Ancelotti, mas não esconde a ambição de jogar a final de Lisboa.

«Ainda não estamos na na final da Liga dos Campeões, temos de recuperar de uma desvantagem de 0-1. Já li esta semana em Madrid que eles já estão na final. Não só já estavam na final, como já a tinham ganho, pelo que li nos jornais de Madrid. Nós ainda não estamos. Temos de marcar dois ou três golos ao Real Madrid e isso é uma tarefa muito delicada, mas vamos tentar com todas as nossas forças», destacou o treinador catalão na habitual conferência de antevisão.

A maior dificuldade para Guardiola será travar a velocidade do Real Madrid, como ficou bem patente no primeiro jogo no lance do golo solitário de Benzema com uma assistência de Coentrão. «Nem pondo os defesas mais rápidos do mundo os consegues travar. Sou da opinião de que as equipas boas quando mais longe defenderem da sua área, melhor, por isso vamos jogar assim. Podíamos mudar a nossa forma de jogar e fechar-nos atrás para eles não terem espaços para correr, mas assim eles fariam muitos centros e obrigava-nos a fazer muitas faltas e nesse aspeto  Bale e Cristiano são muito perigosos», referiu.

Mas o treinador do Bayern não acredita que o Real Madrid vá tentar defender a magra vantagem que trouxe de casa. «Pela mentalidade do seu treinador sei que vão tentar marcar. Não acredito que vão estar os noventa minutos a defender. Acho que para chegarmos à final de Lisboa vamos ter de mais do que um golo. Eles vão tentar marcar primeiro e também podemos aproveitar um contra-ataque porque também temos jogadores rápidos», destacou.

«Não dou desculpas, nem sou um iluminado»

Além de defender longe da sua baliza, Guardiola quer um Bayern com posse de bola, como é habitual nas suas equipas. «Quando falo de futebol tento apresentar argumentos, mas quando perco os meus argumentos são desculpas e quando ganho sou um iluminado. Não sou um nem outro. Gosto de ter a bola para ter mais oportunidades e receber menos contra-ataques. Não gosto de estatísticas, nem acredito nelas, mas em Madrid tivemos mais cantos, rematámos mais e tivemos mais bola. Mas o resultado não nos deu razão. É verdade que temos de ser mais eficazes. Não gosto de ter a bola o jogo todo para ter duas oportunidades, não vale a pena. Gosto de ter a bola para ter muitas oportunidades», acrescentou.

Neste aspeto, o treinador destaca Frank Ribéry que no Santiago Bernabéu esteve abaixo do que tem mostrado esta época. «É um jogador muito importante para a equipa e para os seus companheiros. Fico muito contente quando joga bem. Contra o Werder Bremen fez uma grande segunda parte, com confiança e força. É importante que seja agressivo, porque nos ajuda mui9to quando joga assim. O Ribéry joga cada jogo com a mesma paixão, merecia este ano ter sido nomeado para a melhor jogador do Mundo. Precisamos da sua melhor versão para eliminar o Madrid», referiu.

Quanto ao ambiente que espera o Real Madrid no Allianz Arena. «Os alemães são muito educados. Aqui as leis são cumpridas, as claques portam-se bem, são unidas... Não tenham receio, tanto os jornalistas como os adeptos vão ser bem recebidos», comentou ainda.