Mais confiante, mais tranquilo, mais apetrechado, mais experiente, com mais futebol. Mais tudo. E, por isso, melhor. O Sp. Braga venceu com naturalidade na Roménia, num jogo em que não foi brilhante mas soube controlar um Pandurii que abusou do jogo direto à falta de outra solução, mas não conseguiu contrariar a eficaz defesa bracarense, nem sequer no assalto final. Ficou em branco e viu o rival marcar. Eliminatória bem encaminhada para os minhotos.

O Pandurii mostrou desde cedo um respeito enorme pelo Sp. Braga, bem mais rodado nestas andanças e para quem será impensável não estar na fase de grupos de uma competição em que, ainda há dois anos, foi finalista.

Com Mamele a atuar como terceiro central desde início,a formação romena abdicou de construir no miolo. A passagem, ali, era aérea. Bolas longas da defesa para o ataque e uma predileção especial pelo flanco esquerdo, onde o desapoiado Baiano sofreu muito na primeira metade.

FICHA DE JOGO

Mas tudo isto só acontecia, claro está, quando o Sp. Braga não tinha a bola. E a equipa de Jesualdo Ferreira fazia de tudo para a controlar. Apostando no jogo de posse e de paciência, esteve por cima quase toda a primeira parte. Poderia ter marcado num remate de Ruben Micael que saiu pouco ao lado e numa jogada de insistência do central Santos, que viu o seu cruzamento intercetado, já com o guarda-redes Stanca batido.

Do lado contrário apenas um corte de Nuno André Coelho para a própria baliza, resolvido com estilo por Eduardo, serviu para assustar. Ao intervalo, por isso, a ideia do jogo estava tirada: o Sp. Braga era melhor, só tinha de o provar no marcador.

E o golo não tardou. Aproveitando um primeiro remate de Ruben Micael ao poste, Alan colocou rasteiro em Yazalde que só teve de encostar. Aposta em cheio de Jesualdo Ferreira que lançou ainda Salvador Agra nos lugares que, frente ao Paços de Ferreira, foram de Edinho e Pardo.

FILME DO JOGO

Cristian Pustal, treinador do Pandurii, abdicou da linha de cinco defesas logo após o golo e a verdade é que Buleica, uma das opções lançadas, mexeu com o ataque romeno, dando muito que fazer a Joãozinho. Num desses lances, o público até reclamou grande penalidade e a verdade é que ficam algumas dúvidas.

Mas, mesmo tendo menos bola e não conseguindo o jogo de posse que marcou a primeira metade, o Sp. Braga deu sempre a sensação de ter o jogo controlado. A entrada de Custódio, por troca com Alan, foi a deixa final de Jesualdo Ferreira: miolo reforçado, resultado aceitável, eliminatória encaminhada. Era para manter.

E o Sp. Braga conseguiu-o. Sem brilhantismo, que nunca andou pelo Cluj Arena, de má memória para os bracarenses depois do jogo da Champions do ano passado, mas com esforço e entrega. Mais do que suficientes para garantir a vantagem na eliminatória.

Com a segunda mão a jogar-se em Braga e com a diferença de qualidade das equipas que já foi visível esta noite, dificilmente Jesualdo Ferreira não levará a sua equipa à desejada fase de grupos. E ainda terá oportunidade para o que faltou na Roménia: um estilo mais vistoso como prémio para o público.