Foi bom, mas podia ter sido melhor ainda. Se dependesse de Artur, o Benfica tinha saído de Enschede com uma vitória. O guarda-redes brasileiro fez uma magnífica exibição na Holanda, mas acabou mesmo por sofrer um empate, que ainda assim deixa boas perspectivas para a Luz. Verdade seja dita, o Twente fez por justificar a igualdade, mesmo que tenha sido alcançado de forma aparentemente irregular.

Para o Benfica pode saber a pouco, depois de ter dado a volta ao marcador. Jong deu vantagem madrugadora à equipa de Co Adriaanse, mas Cardozo e Nolito responderam. O espanhol continua em destaque, e em quatro jogos oficiais de águia ao peito tem igual número de golos.

O fantasma Laionel ainda provoca calafrios

A primeira ocasião do jogo até saiu da felicidade de Gaitán, que ganhou dois ressaltos à entrada da área para obrigar Mihayov a defesa apertada. Só que aos seis minutos já o Twente estava a festejar um golo de Luuk de Jong, ao estilo de Laionel. O Benfica pareceu perdido por instantes, mas encontrou o caminho certo assim que Aimar e Witsel apareceram em jogo. O argentino roubou a bola para Cardozo fazer o golo do empate (21m) com um belo remate de fora da área (desta vez mais em jeito do que em força); o belga virou costas ao egoísmo para oferecer a Nolito o segundo golo (35m).

FICHA DE JOGO

Mesmo sem deslumbrar, o Benfica confirmava que era superior ao adversário, mas contando também com a segurança de Artur. Só na primeira parte o guarda-redes brasileiro protagonizou três defesas de elevado nível: uma a evitar o golo de Bryan Ruiz, de livre directo, e duas a desviar remates de Landzaat, jogador que ao intervalo cedeu o lugar a Janko.

Artur, rei de Enschede

Artur ainda começou a segunda parte com um pequeno deslize, na sequência de um cruzamento para a área, mas depois recuperou uma dimensão (quase) intransponível. Foi após a entrada de Ola John que o Twente se tornou verdadeiramente perigoso, com o Benfica a acusar também a saída de Aimar. Valeu então o guarda-redes ex-Sp. Braga, com mais duas intervenções divinais, a adiar um empate que chegaria a dez minutos do fim. Um golo construído pelos dois elementos mais inconformados da equipa orientada por Co Adriaanse: Ola John cruzou da esquerda e Bryan Ruiz aproveitou as costas de Emerson para marcar de cabeça.

Empenhado em defender a vantagem que teve quase até final, foi só através das transições rápidas que o Benfica incomodou Mihaylov na segunda parte. Saviola atirou ligeiramente ao lado ainda antes do empate (70m), e um remate cruzado de Cardozo foi defendido pelo guarda-redes búlgaro (72m), que já em tempo de descontos negou o golo a Nolito.