José Mourinho deu, esta segunda-feira, a primeira conferência de imprensa como treinador do Fenerbahçe e mostrou-se logo focado em agradar os adeptos turcos, de tal modo que deixou de ser «José Mourinho» e é agora «treinador do Fenerbahçe».

«Gostava de agradecer a todos os adeptos que vieram cá ontem (à apresentação no domingo) e àqueles que, de casa, estavam a celebrar o facto de me ter juntado ao clube. Eu costumava brincar e dizia muitas vezes «Eu sou José Mourinho», mas agora quero dizer  “Eu sou treinador do Fenerbahçe”», começou por dizer o treinador português.

«A primeira pessoa que me contactou foi o Mário Branco, que é o diretor desportivo. Foi o que me despertou a atenção e interesse em tornar-me treinador do Fenerbahçe. Eu era um treinador livre e não pedi permissão a ninguém. Ouvi a minha família, amigos e agentes, mas ninguém me diz o que fazer. Eles aconselham-me», explicou 

Sobre o documento que assinou, algo falado na conferência, José Mourinho brincou com o tamanho do mesmo, referindo que nem sequer foi possível enviá-lo por mensagem normal, tal o espaço que ocupava.

«O documento era tão grande que teve de ser enviado em airdrop. O documento era real e vai um pouco contra o que é normal. O normal é o treinador apresentar um documento ao clube, tentando mostrar as suas ideias. Desta vez foi ao contrário, eles é que tentaram explicar-me o que é o clube», destacou.

Habitual como é, Mourinho apresentou-se no cargo com uma ambição imensa, mas deixou algumas farpas (bem afiadas) a dois clubes que treinou no passado.

«“A camisola vai ser a minha pele” é uma expressão que disse, mas algo que define a minha mentalidade e quero que todos a tenham no clube. Teres um clube de Londres a tentar lutar pelo sexto, sétimo, oitavo ou nono e lutar por um fazer um milagre e qualificar para a Liga Europa. É essa a ambição? Ter uma equipa em Itália e é preciso um milagre para ganhar uma competição europeia. Estar em Portugal e poder visitar a minha mãe todos os dias? Isso é ambição? Ambição é ganhar todos os dias, sentir a pressão de teres de ganhar todos os jogos para seres campeão. Isto é a realidade do Fenerbahçe. Se eu pudesse começar já a treinar amanhã e jogar no fim de semana, neste estádio, eu começava já. O projeto teve um impacto em mim e agora é a minha altura de ter impacto no projeto», vincou

Por fim, o português analisou o campeonato turco na temporada passada, competição que o Fenerbahçe em segundo lugar, com 99 pontos.

«Espero que consigamos marcar golos nos últimos minutos e eu possa correr para os adeptos! Ainda sei correr (risos). Acho que 99 pontos e 103 para a equipa que ganhou a liga não acho que seja bom. Essa diferença não é boa. Espero que nesta temporada tenhamos um melhor campeonato, mais equilibrado e com outras equipas a lutar por posições de todo. Fechar a diferença melhora a competição. Conseguir ter menos de 99 pontos e ganhar o título? É isso que quero», concluiu.