Foi no sábado passado, antes da equipa viajar para Bratislava, que Jorge Costa se despediu de colegas e dirigentes portistas, arrumou o cacifo no Centro de Treinos de Gaia e olhou por uma última vez para a casa onde diariamente ia fazer o que mais gostava, jogar futebol. No momento em que se lhe pergunta que tipo de sentimentos o invadiu nesse momento, o central faz uma pausa para pensar. «Foi difícil», começa. «Repare, não foi um dia, não foi um ano, nem sequer foram dez anos».
Pois não, foram catorze. «Catorze anos de uma ligação muito forte», garante. «Não foi fácil despedir-me do clube. Jorge Costa refere, apesar de tudo, que parte de bem consigo mesmo. «Tive dois ou três meses para pensar na minha vida e tomar uma decisão. Pensei ponderadamente e tenho a certeza que tomei esta decisão de consciência». A partir de agora pede desculpa mas só quer pensar no futuro. «Espero que possa ter sucesso na Bélgica e que o F.C. Porto tenha muito sucesso em Portugal e na Europa».
«Dentro das quatro linhas acho que é difícil fazer falta, mas no balneário acredito que sim»
Pelo caminho, e enquanto o central esteve esta semana na Bélgica a tratar das questões logísticas, várias pessoas de vários quadrantes manifestaram a sua solidariedade com o antigo capitão. «Todas essas manifestações de carinho são um bom sinal», diz emocionado. «São um sinal que as pessoas gostam de mim e são um sinal também que o trabalho que fiz no F.C. Porto é reconhecido por toda a gente». Costinha disse mesmo que Jorge Costa ainda vai fazer muita falta ao clube. Será que o central concorda com o antigo companheiro? «Dentro das quatro linhas acredito que seja difícil fazer falta, mas no balneário acho que sim, acho que ainda vou fazer falta».