Jaime Pacheco, treinador do Boavista, após a vitória sobre o Macedo de Cavaleiros, por 3-1, e a consequente passagem à V eliminatória da Taça de Portugal:
«Não foi por acaso que pus os melhores. Esta equipa, se não me engano, não perde há dois anos em casa. Previ que seria uma partida muito difícil. Meti os melhores. Em termos práticos o Macedo foi muito bom. Não merecia perder por dois golos de diferença. Até merecia o prolongamento. Foi um jogo bem disputado. O Macedo foi um adversário de grande categoria. Acho que não houve demérito da nossa equipa. As surpresas acontecem naturalmente porque agora todas as equipas trabalham ao melhor nível e têm bons jogadores. Sabemos que estes jogos são especiais e que os jogadores estão mais motivados. Temos de ser humildes. Se o futebol não fosse assim não era tão bonito. Se só ganhasse quem tem mais dinheiro e quem tem os melhores jogadores nem valia a pena vir aos estádios.
Não estivemos ao nosso melhor nível. Já fizemos mais e melhor. Vamos fazer melhor a seguir. Fizemos alterações na equipa e sentimos que nos ressentimos ao nível do entrosamento.
Se esta equipa (Macedo) continuar a jogar assim, vai ganhar o seu campeonato. Se nós jogarmos assim, não vamos longe.
Penso que o modelo da Taça devia ser mudado. Devia ser disputada a duas mãos. Daria maior grandeza ao país, em termos de UEFA, porque muitas vezes vence uma equipa ou vai a finalista, que não consegue ir longe e garantir pontos. Para além disso, eliminatórias a duas mãos permitiam que houvesse festa aqui e, por exemplo, em Macedo de Cavaleiros. Faria ainda com que não houvesse tão poucos jogos. O nosso campeonato devia ter 20 equipas e não 16, para haver maior competitividade. Olhemos para as ligas estrangeiras e para o número de equipas que as disputam. Corremos o risco de, em Fevereiro, as equipas dos lugares da UEFA jogarem para cumprir calendário.
Taça da Liga? Se calhar vai ser como o campeonato de reservas. Não sei se terá tanta importância quanto se pensa. Oxalá tenha efeitos. Mas preferia ter 20 equipas na Liga. Não entendo esta paragem do campeonato. Acho que seria justo parar no Natal e no Ano Novo, mas podíamos ter jogado no sábado, como aconteceu lá fora. Não sei quem decide estas coisas, mas não deve ter jogado futebol.»
Rui Vilarinho, treinador do Macedo de Cavaleiros, após a derrota no Bessa:
«Tivemos algumas oportunidades para marcar, mas o Boavista é um justo vencedor. Quanto mais não seja porque marcou três golos e nós apenas um. Seria justo materializarmos algumas das oportunidades criadas pela postura da equipa. Pensei que os meus jogadores podiam sentir-se inibidos, mas mostraram ter uma mentalidade forte. O nosso sonho era passar e não estivemos muito longe disso. Aliás, estivemos mais perto do que muitos esperavam. Ainda bem que Jaime Pacheco meteu jogadores com maior rotina. Isso mostrou respeito por nós. Estou muito satisfeito com os meus jogadores. É normal que diga que é injusto porque acho que merecíamos, pelo menos, o prolongamento. Seria um prémio para a minha equipa.»