O Primeiro-Ministro italiano, Sílvio Berlusconi, admitiu esta sexta-feira a adopção pelo Governo italiano de medidas financeiras de excepção para os clubes no sentido de permitir o desagravamento económico destes. O ministro do trabalho, Roberto Maroni, no entanto, manifestou desde logo a sua oposição ao projecto.
Questionado sobre os planos do Governo para ajudar os clubes, Berlusconi admitiu o estudo da eventualidade. «Veremos. Ainda estamos em fase de discussão, mas penso que isso é possível.» Já o ministro do Trabalho explicou por que está em desacordo: «Os clubes estão mal porque pagam salários inimagináveis. Por que razão deve pedir-se aos contribuintes para pagarem os salários dos jogadores?»
Já no ano passado, o Governo de Itália tinha aprovado um decreto em que permitia aos clubes amortizarem em 10 anos as transferências de jogadores, processo que foi interrompido para ser alterado depois de a União Europeia ter investigado a legalidade da medida.
Berlusconi parece agora voltar ao debate para desagravar finaceiramente os clubes italianos, como o seu Milan, do qual é dono. O clube onde joga o português Rui Costa é um dos exemplo, com dívidas ao Estado italiano no valor de 500 milhões de euros. O MIlan registou um défice de 257 milhões de euros no exercício de 2002/03, apenas superado pela Lazio (313 milhões) e pelo Inter de Milão (303 milhões). Na época passada, a Juventus foi o único dos 18 clubes da Série A a apresentar resultados financeiros positivos.