Cinco campeonatos depois, a Juventus parece não dar sinais de cansaço. Dani Alves, Pjanić ou Higuaín são apenas três exemplos de como a Vecchia Signora pretende continuar a engrandecer a lenda, numa altura em que até poderia baixar um pouco a guarda e permitir a reaproximação dos rivais. Porém, a ambição dos comandados de Massimiliano Allegri é extensível à Liga dos Campeões, daí a necessidade de apetrechar o plantel com grandes nomes.

E é neste cenário que a pentacampeã italiana se prepara para abrir mais um campeonato da Série A, sabendo que parte claramente na pole position, apesar das boas indicações dadas pelo Nápoles na última temporada, do crescimento sustentado da Roma de Spalletti e de um Inter a prometer melhorias sob o comando de Frank de Boer.

Os bianconeri reforçaram-se em grande estilo: a juntar aos nomes anteriormente mencionados, devem ainda registar-se as chegadas do central Benatia e do promissor internacional croata Marko Pjaca. A pré-temporada teve de tudo, mas foi sobretudo importante para perceber que o andamento da Juve não andará muito longe daquele evidenciado ao longo das últimas temporadas (de sucesso). Partindo de um sistema em 1-3-5-2 (com a variante em 1-4-4-2), a formação de Turim mantém a base defensiva, tendo acrescentado a acutilância de Dani Alves pela direita, o critério e visão de jogo de Pjanić e a eficácia de Higuaín que será um complemento notável para o compatriota Dybala. Interessante ainda constatar quem será o relevo de Pogba no «onze» juventino. A abrir, é de prever que Allegri junte Khedira, Lemina e Asamoah ao meio, mesmo sabendo que nenhum deles se aproxima em definitivo das características específicas do jogador mais caro da história.

Numa segunda linha de candidatos, parecem surgir a Roma e o Nápoles (sim, à partida, por esta ordem). A Roma pode ter perdido Pjanić e Digne, mas reforçou-se bem no setor mais recuado (Juan Jesus, Vermaelen, Fazio ou o recém-chegado Bruno Peres), viu Strootman recuperar de lesão e conta com um ataque recheado de boas opções e colocado numa rampa de lançamento, depois da brilhante ponta final de campeonato na última época. Além do mais, a ideia de Luciano Spalletti parece ter assentado arraiais em definitivo na Città Eterna, esperando-se uma equipa capaz de competir a todos os níveis (como vimos, aliás, na passada quarta-feira no Estádio do Dragão).

Quanto ao Nápoles de Maurizio Sarri viu sair a figura de proa da equipa (Gonzalo Higuaín) para o maior rival, o que nunca é fácil de aceitar (basta lembrar as reações dos adeptos dos napolitanos ao anúncio da transferência). Apesar de tudo, os 94 milhões de euros da transferência (embora se dividam em duas tranches) já começaram a ser utilizados para dotar a equipa de alternativas: do Ajax, chegou o goleador polaco Arkadiusz Milik e da Udinese, o compatriota Piotr Zielinski, interessante reforço para a zona de criação do meio-campo. O 1-4-3-3 irá manter-se como o sistema predileto de Sarri, ele que continua à espera de pelo menos mais três reforços de craveira para o plantel do vice-campeão.

Expectativas em alta para o Inter; dúvidas no Milan e na Fiore de Paulo Sousa

Noutro patamar, surgem os grandes de Milão, que foram praticamente apagados do mapa nos anos do «penta» da Juve e a Fiorentina, que parte para a segunda temporada consecutiva com o português Paulo Sousa ao leme.

Dos gigantes da capital da moda, o Inter parece ser aquele que será mais capaz de discutir um lugar no pódio, em especial depois da troca do insípido Roberto Mancini pelo dinâmico Frank de Boer, tetracampeão holandês entre 2011 e 2014, ao serviço do Ajax. Defensor de uma filosofia de jogo mais positiva e vocacionada para o controlo do jogo com bola e um aproveitamento notório da largura e profundidade, o antigo internacional holandês espera ainda que o dinheiro fresco dos investidores chineses possa arrastar até Milão craques como o sportinguista João Mário, entre outros. Para já, e a juntar a um plantel com talentos como Perišić, Jovetić ou Icardi, registam-se as chegadas de Candreva e Banega, dois elementos que emprestam qualidade técnica, dinâmica e visão de jogo ao meio-campo ofensivo nerazzurro.

O Milan, agora treinado por Vincenzo Montella, tem-se destacado pelo recrutamento de jogadores sem grande impacto mediático, o que tem aliás valido críticas de muitos adeptos. Até agora chegaram os argentinos Gustavo Gómez, Vangioni e José Sosa, além do goleador da última época na Série B, Gianluca Lapadula, recrutado ao Pescara. As esperanças dos milanistas passam sobretudo pela manutenção do goleador colombiano Carlos Bacca e das referências italianas do meio-campo (Montolivo-Bertolacci-Bonaventura), num ano que para já não se afigura fácil…

Quanto à Fiorentina, que defronta logo a abrir a prova a grande rival Juventus, há a registar a manutenção da estrutura-suporte da última temporada, o que é sempre importante para um treinador. No entanto, a tarefa de Paulo Sousa não será fácil, olhando para o nível atual das equipas que estão mais à frente. E, na verdade, os reforços para esta época, exceção feita aos experientes defesas Astori e De Maio, apenas prometem para o futuro (Dragowski, Kevin Diks ou Ianis Hagi).

Noutra linha, surgem potenciais aspirantes a um lugar de acesso à Liga Europa, com a histórica Lazio e o europeu Sassuolo à cabeça, sendo que ambos os conjuntos apresentam no banco dois dos treinadores mais promissores do futebol italiano: Simone Inzaghi do lado romano e Eusebio di Francesco na formação do Sassuolo. O Torino de Mihajlović (e com Ljajić como figura de proa) e a Udinese dos talentos Peñaranda, De Paul e Balić prometem também proporcionar bons momentos de futebol e, quiçá, lutar por um lugar de acesso à Liga Europa.

De destacar ainda a luta por um campeonato tranquilo da Sampdoria dos portugueses Bruno Fernandes e Pedro Pereira e do Genoa de Miguel Veloso, bem como a fuga à manutenção de equipas como o Pescara, Crotone, Palermo, Bolonha ou o Cagliari do nosso campeão europeu Bruno Alves.

Uma Serie A que promete bons espetáculos, boas novidades e bom futebol até à jornada 38, mesmo sabendo que, no final, o risco de termos um hexacampeonato é considerável…

Jogos da 1ª jornada:

Sábado:

Roma-Udinese, 17h

Juventus-Fiorentina, 19h45

Domingo:

Milan-Torino, 17h

Chievo-Inter, 19h45

Pescara-Nápoles, 19h45

Atalanta-Lazio, 19h45

Bolonha-Crotone, 19h45

Empoli-Sampdoria, 19h45

Genoa-Cagliari, 19h45

Palermo-Sassuolo, 19h45