A iraniana Kimia Alizadeh, única atleta do país medalhada em Jogos Olímpicos (JO), afirmou ter deixado o país devido à opressão e injustiça e pediu ajuda para «uma vida segura».
Alizadeh escreveu, no domingo, através da sua conta na rede social Instagram, ser «uma entre os milhões de mulheres oprimidas no Irão, com as quais as autoridades lidaram sempre como quiseram». «Levaram-me sempre para onde queriam, vesti-me sempre como eles quiseram e repeti as frases que me ordenaram, manipularam as minhas medalhas», garante a atleta de 21 anos, cujo paradeiro foi confirmado esta segunda-feira, pela Federação de taekwondo da Holanda: está em Eindhoven.
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Numa altura em que o início de 2020 ficou marcado por um aumento da tensão política entre os Estados Unidos e o Irão, a par da violência no Golfo Pérsico, Alizadeh diz que o regime do Irão «humilha as atletas femininas e trata todos os desportistas como ferramentas de uma política desportiva». Acrescenta que a decisão de deixar o seu país «foi mais difícil do que ganhar o ouro olímpico» e que, independentemente do local onde se encontre, vai ser «sempre iraniana», ambicionando apenas praticar taekwondo de forma feliz e saudável.
Alizadeh, atleta medalhada com bronze nos JO do Rio de Janeiro, em 2016, casada com o jogador de voleibol Hamed Madanchi, está a treinar em Eindhoven, confirmou um treinador holandês.
«[Kimia] estava de férias na Europa, mas decidiu com o seu companheiro não regressar ao Irão, é bem-vinda aqui. Conhecemos as suas qualidades e é uma vantagem para o taekwondo dos Países Baixos», afirmou Mimoun El Boujjoufi, à televisão publica holandesa NOS.
A iraniana participou, este fim de semana, numa vigília que decorreu no aeroporto de Eindhoven, em honra das 176 vítimas do avião da Ukranian International Airlines, abatido por um míssil iraniano.
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