Campeonato, Supertaça e agora a Taça do Rei da Arábia Saudita!

O Al Hilal, treinado pelo português Jorge Jesus, venceu esta sexta-feira o Al Nassr e fechou da melhor forma a época 2023/24. Numa final de loucos, o campeão saudita venceu no desempate por grandes penalidades (5-4), após o 1-1 registado no final dos 90 minutos e do prolongamento.

Dois golos, três expulsões, 12 cartões amarelos, três vermelhos (um deles ao guarda-redes David Ospina, dois aos dois centrais (!) do Al Hilal no espaço de três minutos) e 14 penáltis depois, em mais de três horas, o Al Hilal conquistou o seu terceiro título da época.

Aleksandar Mitrovic deu vantagem ao Al Hilal logo aos sete minutos. Porém, na segunda parte, o Al Hilal não aproveitou a vantagem numérica que teve durante mais de meia-hora e, do minuto 87 ao minuto 90, teve os dois centrais expulsos e sofreu o empate pelo meio, com Ayman Yahya a fazer o 1-1 ao minuto 88.

E se é verdade que o Al Hilal não aproveitou a superioridade numérica de 11 para dez, o mesmo aconteceu para o Al Nassr nos sete minutos de compensação e em todo o prolongamento. Por fim, na decisão dos 11 metros, o Al Hilal teve em Bono o herói final, ao defender os dois últimos penáltis do Al Nassr, quando a equipa de Luís Castro teve quase uma mão na taça.

No final a festa foi em tons de azul e branco (com Neymar a descer ao relvado para comemorar), contrastando com a desilusão do Al Nassr. E do choro contínuo de Cristiano Ronaldo.

Do golo madrugador à expulsão de Ospina

A primeira parte teve um aviso inicial de Sadio Mané aos seis minutos, o remate saiu por cima e, imediatamente na resposta, Mitrovic não desperdiçou o belo cruzamento de Malcom na direita: ao segundo poste, cabeceou para o 1-0.

Até ao intervalo, de destacar uma excelente ocasião para Cristiano Ronaldo, que armou o remate na área, mas viu o guarda-redes Bono negar-lhe o empate. Pouco antes, Rúben Neves teve um corte determinante na pequena área após um remate de Ayman Yahya, mas o atacante do Al Nassr já estava apanhado em fora-de-jogo.

Na segunda parte, para Ronaldo, depois de Bono, foi o poste a negar-lhe um golaço. A cruzamento de Otávio, todo no ar, ao segundo poste, rematou em bicicleta, mas ficou à porta de mais um notável momento na sua carreira. O lance, porém, até acabou com fora-de-jogo (milimétrico), assinalado ao português.

Quando cheirava mais a empate do que outra coisa, um contra-ataque iniciado e concluído por Malcom provocou a expulsão do guarda-redes David Ospina, que se saiu da área e tocou a bola com a mão/braço, ao sair-se aos pés do adversário (53m).

Final louco pré-prolongamento e a vantagem numérica que nunca o foi

A partir daí, e entre vários ajustes posicionais e substituições, a verdade é que a desigualdade numérica não se notou tanto como se podia fazer prever: o Al Nassr foi tentando o empate e o Al Hilal, mais até do que ameaçar o 2-0, conseguiu sobretudo gerir a vantagem mínima. Cristiano Ronaldo voltou a ser sinónimo de tentativa pelo 1-1 aos 64 minutos, num livre direto, mas Bono opôs-se ao forte remate.

Aos 82 minutos, Otávio saiu com queixas físicas (e com cara de preocupação antes do Euro 2024) e os minutos finais foram de loucos. Mitrovic, depois do golo, teve a melhor ocasião para o 2-0 mas rematou ao lado (86m) e tudo se complicou depois para o Al Hilal: Al Bulayhi viu amarelo e, com o jogo parado, cabeceou um adversário e viu de seguida o vermelho (87m). Rúben Neves bem o alertou, mas a asneira estava feita.

E pior ficou no lance a seguir, com Ayman Yahya a cabecear para o 1-1 (88m), correspondendo na perfeição a um lançamento lateral colocado na área. Mas quando já parecia difícil ficar pior para o Al Hilal, Jesus viu Koulibaly ir com a perna à cabeça do guarda-redes Abdullah junto à relva, quando este já tinha agarrado a bola: já amarelado, Koulibaly foi expulso e o Al Hilal, reduzido a nove, ficava sem os dois centrais.

A frase de Luís Castro que (talvez) fazia antever o desfecho. E Bono

No intervalo do prolongamento e numa noite de emoções fortes, Luís Castro disse aos jogadores o que o Al Nassr parecia mesmo ter de fazer. Afinal, estava com mais um. E nos penáltis podia ter – e teve – uma barreira difícil de ultrapassar: Bono.

«Temos de ganhar o jogo nestes 15 minutos». Luís Castro disse, o Al Nassr tentou, mas esbarrou na defensiva do Al Hilal e, nos penáltis, tudo sorriu ao campeão saudita.

Rúben Neves até atirou ao poste a abrir, mas Alex Telles rematou depois para a bancada. Mitrovic, Kanno, Al-Tambakti e Al-Hamdan marcaram depois para o Al Hilal e o mesmo fizeram Ronaldo, Sami, Ghareeb e Lajami para o Al Nassr. Na “morte súbita”, Abdullah defendeu o remate de Saud Abdulhamid, mas Al-Hassan, com o título no pé direito, viu Bono defender. Nasser Al-Dawsari fez o 5-4 para o Al Hilal e depois Bono foi o herói, ao defender o remate do jovem Meshari para o «triplete» do Al Hilal.