Pressão do público, falta de autoridade do árbitro, um erro tonto de Babel e... mérito do Benfica. Estes são, por ordem de importância, os factores determinantes para a derrota do Liverpool no estádio da Luz, segundo a imprensa inglesa.
As referências à arbitragem dominam as análises dos enviados-especiais ingleses que, tal como Rafael Benitez, sugerem uma relação entre o ambiente escaldante nas bancadas e as decisões do sueco Jonas Eriksson: «o Liverpool enfrentou um caldeirão de ódio», escreve o The Sun, em alusão ao público, enquanto o The Guardian, mais contido, refere a «aparente influência de um ruidoso estádio da Luz no árbitro sueco».
Os diários são quase unânimes em considerar os penalties «contestáveis» (Daily Mirror), «no mínimo controversos» (Daily Telegraph) ou «polémicos» (Guardian), mas dirigem críticas mais fortes à atitude de Babel no lance que ditou a sua expulsão: «ganhou o prémio para a maior April¿s fool (partida de 1º de Abril), mas o vermelho devia ter como única razão a estupidez», escreve o enviado do Sun, que refere também a complacência do árbitro perante Luisão: «Devia ter visto o vermelho pela entrada sobre Torres».
O Daily Mirror lamenta o ambiente de pressão e as visíveis hesitações do árbitro sempre que o jogo foi interrompido pelo arremesso de petardos, mas há também espaço para elogiar a reacção do Benfica, que depois da expulsão submeteu o Liverpool a uma «intensa maré vermelha», escreve o Telegraph.
O Guardian relembra o apelo de Benitez, que pede para Liverpool um público tão apaixonado como o da Luz e prevê uma segunda mão repleta de dificuldades para os encarnados: «Dadas as circunstâncias, este resultado representa uma oportunidade perdida para os lideres da Liga portuguesa», conclui.