O plantel do Abrantes, equipa da Série C da II Divisão, ameaça não disputar os restantes três jogos da competição, caso a direcção não pague pelo menos três dos quatro meses de salários que estão em atraso.
«Depois de esgotados todos os argumentos perante a direcção do AFC fomos forçados a tomar uma posição que passa pela falta de comparência a partir da quarta jornada da fase de manutenção, cenário que irá certamente acontecer se até à data não forem liquidados três dos quatro meses já vencidos e em dívida», pode ler-se no comunicado assinado por todos os jogadores, equipa técnica, departamento médico e roupeiros.
Alberto Lopes, presidente do Abrantes, disse à Agência Lusa que se demite do cargo se, no final da época, não pagar «oito dos dez meses apalavrados com os jogadores». O dirigente referiu que herdou um passivo de 500 mil euros, tendo conseguido amortizar cerca de 100 mil euros.
Jorge Santos, director-desportivo, revelou mesmo que há um atleta que nem botas tem para treinar, enquanto que outros não têm subsídio de transporte e fazem vários quilómetros para chegar às instalações do clube. O treinador Luís Roquete, por seu lado, concorda que a situação é «insustentável», uma vez que os atletas «têm muitas dificuldades para sobreviver».
Nélson de Carvalho, presidente da autarquia local e sócio número um do Abrantes, disse que os problemas financeiros «são um problema da vida interna do clube, que tem de procurar os equilíbrios que garantam a sustentabilidade». «A autarquia tem programas especificos de apoio à actividade desportiva que permitem aos clubes planear e antever as verbas que poderão receber via admnistração local de forma a poderem ter uma gestão compatível», acrescentou o autarca.