Zlatan Ibrahimovic atribui o favoritismo à seleção portuguesa, mas acredita que a Suécia ainda tem uma palavra a dizer no play-off de apuramento para o Mundial, como se pode ler na entrevista concedida ao «Aftonbladet»: «Estamos nos play-offs e estivemos muito bem até agora. Agora temos dois jogos difíceis pela frente. Portugal é favorito, não há dúvidas em relação a isso. Quando nos calhou Portugal houve muita gente que pensou: «agora será ainda mais difícil». Claro que não será fácil conseguir ir ao Mundial, mas a pressão está do lado de Portugal. Nós ficámos em segundo num grupo que tinha as melhores equipas da Europa. Eles ficaram em segundo num grupo que deveriam ter vencido. Por isso, fica a sensação de que merecemos mais ir ao Mundial do que eles. Mas eles são favoritos, com a equipa e individualidades que têm. Como seleção são mais fortes, mas vamos dificultar-lhes a vida. Vamos dar o nosso melhor. Se conseguirmos minimizar os erros podemos passar.»

Apesar de apresentar queixas num joelho, Ibrahimovic garante que se sente forte: «Tenho sentido este desconforto há algum tempo, é mais um problema irritante do que doloroso. Consegui livrar-me de algum do desconforto. Estou a jogar bem e sinto-me forte mentalmente. Quando chego à seleção, sinto-me bem e motivado.»

Ibrahimovic foi eleito pela oitava vez como melhor jogador da Suécia. O avançado mostrou-se satisfeito e brincou com o feito, que se torna mais difícil de bater. «Quero fazer sempre melhor do que fiz antes», apontou o jogador do PSG.

No verão, Ibrahimovic chegou a colocar em dúvida a sua continuidade no PSG: «É verdade, não sabia o que iria acontecer. Sempre que planeio algo, acaba por acontecer o contrário. Mas depois tive um encontro com o presidente Nasser Al-Khelaifi, que me disse que sou o jogador mais importante para o projeto: «És tu que deves levar-nos onde sonhamos chegar.» Foi uma coisa agradável de ouvir. Acordámos que ficaria em Paris e prolongámos o contrato por um ano. Não poderia estar mais feliz.»

Sobre um futuro mais longínquo, Ibrahimovic aponta que «um dia», «gostaria de jogar fora da Europa», sem confirmar se a sua escolha recairá sobre os Estados Unidos. O sueco também ainda não sabe se quererá um carreira como dirigente: «Não sei. Veremos. É um trabalho muito duro. Vi de perto como consumiu Leonardo. Trabalha-se a toda a hora. Talvez fique no mundo do futebol, talvez não.»

A aplicação «Zlatan unplugged» mostra uma nova faceta do sueco, onde também é jornalista: «Depois de dez anos a ligar convosco, aprendi... Sou provavelmente o jornalista que não gostaria de ser. É uma coisa nova, interessante, que crescerá graças aos meus fãs. Não gosto de blogues em que as pessoas escrevem sobre a sua vida privada. Quem quer saber? A mim não interessa e não acredito que o meu dia a dia interesse às pessoas. Na aplicação tento escrever para os meus fãs, quando tenho algo de interessante a dizer.»

Zlatan Ibrahimovic diz que não tem um feitio tão difícil quanto parece, apontando que foi, muitas vezes, mal interpretado: «Esta imagem que têm de mim foi criada no início da minha carreira. Era um jovem e nem sempre os jornalistas perceberam as minhas brincadeiras. Quem não me conhecia viu isso da forma errada. É indisciplinado, uma diva, e isso. Durante algum tempo, a relação com os meios de comunicação social foi dura. Não tinha ninguém próximo de mim que soubesse lidar com os jornalistas e outras coisas. Mas aprendi sozinho, com os meus erros. Agora sou mais cuidadoso, embora, às vezes, fale com o coração. Com os meus companheiros e amigos sou sempre o mesmo.»