O estilo de Higuita era inconfundível. Mais do que isso, era a sua mais vincada característica. Assumia o risco e não tinha receio de deixar os postes para se aventurar nas lides menos normais para um guarda-redes.
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A paixão pelo risco trouxe-lhe dissabores, como o famoso lance com Roger Milla que ditou o afastamento da Colômbia do Itália 90. Mas, por outro lado, só assim conseguiu fazer três golos oficiais pela selecção, para além dos que fez pelos clubes por onde passou.
O Higuita não tinha medo de arriscar, de assumir responsabilidades. Acha que faz falta ao futebol que os guarda-redes arrisquem mais?
A cada dia que passa os guarda-redes querem ser mais perfeitos. Trabalham para corrigir todos os pequenos defeitos, é o mais lógico no futebol actual. Há responsabilidades e é preciso pensar em toda a equipa, mas, no fundo, é bom que o futebol seja encarado por aquilo que é, um desporto. E o espectáculo faz parte desse desporto.
Consegue identificar, actualmente, algum guarda-redes com um estilo semelhante ao seu?
É difícil, é difícil (risos). Mas espero, sinceramente, que dentro em breve apareça um guarda-redes que não só seja bom entre os postes, a defender a baliza, mas também consiga jogar fora da área. Seja um guarda-redes completo, como eu costumo dizer. Que jogue com as mãos e com os pés. Ainda há um ou outro que o faz, mas são cada vez mais raros. Nem sequer estou a falar só da Colômbia. Mesmo a nível mundial, não vejo ninguém assim.
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Na sua opinião que é o melhor guarda-redes do mundo da actualidade?
É difícil, há muitos. Acho que o Casillas está num nível muito bom, mas não descarto o brasileiro que joga com o Córdoba no Inter...o Júlio César! É um guarda-redes muito bom também.
Conhece algum guarda-redes português?
Há aí um guarda-redes de que eu gostava muito, não me recordo o nome. Já sei, é o Vítor Baía, do F.C. Porto. Do que vi, parecia-me um excelente guarda-redes. Li que terminou a carreira há pouco, também.