Na Cidade do México, o Arouca-FC Porto teve honras de transmissão televisiva. E um espetador agarrado ao ecrã. Manuel Negrete, avançado do Sporting na longínqua época 1986/87, seguiu «com sofrimento e alegria» a estreia de Hector Herrera a titular.

O domingo começou bem para um dos maiores goleadores mexicanos de sempre. «Vejo muitos jogos da liga portuguesa e sei que o Herrera tem jogado pouco. Não estava a contar vê-lo, por isso fiquei muito contente».

Negrete, 54 anos, é um cavalheiro. Trata o jornalista imediatamente pelo diminutivo e abraça Herrera a cada palavra, como se fosse um filho. «É o orgulho de ver um compatriota num país que adoro», explica.

«Conheço-o há muitos anos e é um jogador bom. De seleção. Os mexicanos gostam muito do Herrera, por ter muita raça e dar tudo em campo. E tem bons pés, sabe bem o que faz com a bola», acrescenta uma das estrela do inesquecível México-86.

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Ora, perante tantos elogios, impunha-se a avaliação: o que achou Manuel Negrete da primeira vez de Hector Herrera a titular na liga portuguesa?

«Sinceramente, ainda não é o jogador que conheço aqui do México. Ele costuma aparecer mais à frente, a tentar o remate e não fez nada disso no jogo. Mas também desconheço o que lhe pediu o treinador do FC Porto, pode ser uma questão tática», completa Manuel Negrete.

Desse Arouca-FC Porto, visto de um sofá a mais de dois mil metros de altitude, Negrete reteve mais um par de dados. «E aquele Jackson? Que goleador! Já era assim no Jaguares, conheço-o bem e sempre o adorei. É uma máquina. E como está a situação do Diego Reyes?»

Tudo explicado, Negrete faz questão de lançar um olhar sobre o central. «O Reyes tem qualidade, é um Pepe em potência. Rápido, tecnicista, bom cabeceador. Se tiver uma oportunidade, não deixará mal o meu querido México».