O Marítimo assumiu no início da temporada o objetivo de alcançar as competições europeias, um propósito que se apresenta cada vez mais difícil, dada a eliminação da Taça de Portugal e o facto de se encontrarem na segunda metade da classificação. A equipa não está a realizar uma boa época sobretudo ao nível defensivo, tendo sofrido 40 golos nas três competições em que esteve inserido, sendo inclusivamente a defesa mais batida do campeonato. No entanto, a nível ofensivo tudo corre bem melhor, pois não só já alcançou a marca de 36 golos em todas as competições, como detém o quinto melhor registo do campeonato, com 24 golos apontados, menos onze do que o líder Sporting, que leva 35.

A boa campanha ofensiva não seria possível sem as excelentes prestações de dois avançados que muito têm dado que falar, contabilizando 17 dos 24 tentos do clube no campeonato, numa estatística que se eleva para 21 dos 36 golos em todas as competições, ou seja, mais de 50% dos golos da equipa, numa percentagem que atinge os 70,83% dos golos do campeonato. Héldon e Derley, que atualmente ocupam o terceiro e quarto lugares, respetivamente, na lista dos melhores marcadores do campeonato, são os dois grandes obreiros da boa campanha ofensiva do Marítimo, e começam por isso a dar nas vistas e a aguçar o apetite de clubes de maior dimensão.

O cabo-verdiano de 25 anos, conta com nove golos apontados até ao momento no campeonato, somando 11 nesta temporada, sendo o melhor marcador da formação insular, algo que suscitou o interesse do Sporting. No entanto, Héldon diz-se satisfeito por estar na Madeira: «Sem dúvida que esta é a minha melhor época aqui em Portugal. Estou bem, feliz e quero dar continuidade à época que tenho feito até agora», começou por explicar, clarificando que não vive obcecado por uma hipotética transferência: «Sou novo ainda. Tenho a ambição de chegar a patamares mais altos e trabalho nesse sentido, de modo a que um dia possa lá chegar.»

Não esconde, ainda assim, a sua satisfação pelo interesse manifestado pelo Sporting, já que, no seu entender, «isso é sinal do reconhecimento do trabalho de qualquer jogador», pelo que mantém-se concentrado em ajudar a equipa: «Quero é ajudar a equipa, seja com golos ou assistências. Não tenho metas definidas de golos para marcar. Quanto mais golos marcar melhor, desde que ajude o Marítimo. Isso é que é importante».

Derley: «Sinto-me confiante por ter os adeptos ao meu lado»

Oriundo do Madureira do Brasil, Derley está a fazer nesta temporada a sua primeira experiência no futebol europeu, não podendo estar mais satisfeito com o seu rendimento, já que contabiliza 10 golos nas diversas competições, sendo que oito foram apontados no campeonato.

O avançado enaltece o apoio dos adeptos, já que são estes que têm dado ainda mais força para conseguir fazer boas exibições, repartindo o mérito do seus feitos com os sócios maritimistas: «Estou a sentir-me muito bem. Tenho que continuar a dar o meu máximo e o melhor, tentando fazer golos sempre que tiver oportunidade, tal como tem acontecido até agora e com certeza vai continuar assim, de modo a ajudar a equipa» começou por explicar o brasileiro, acrescentando: «Estou bem entrosado. Fui bem recebido e sinto-me bem. Agora é continuar a trabalhar muito e fazer golos. Quando se é avançado cria-se uma expetativa muito grande e cada vez que pego na bola sinto-me confiante por ter os adeptos do meu lado a incentivar-me, ficando ainda com mais vontade de fazer golos.»

O ponta-de-lança verde-rubro revela que prometeu «fazer dez golos no campeonato», pelo que está a somente dois de alcançar o objetivo. Contudo, não pretende parar por aí, já que quer progredir e fazer muitos mais, embora marcar não seja tudo: «O objetivo não é só fazer golos. Acho que me adaptei muito bem a fazer o que o mister pede, na parte tática, na marcação, a defender. Não sou um avançado que fique parado. Também vou buscar o jogo porque tenho essa confiança, quer minha, quer do treinador e do grupo», disse.

A exemplo de Héldon, também Derley sonha com patamares mais elevados, agora que o objetivo de jogar na Europa se encontra concretizado. No entanto, não pensa sair de Portugal, para além de não possuir nenhuma preferência em relação aos grandes deste país: «Todo o jogador tem esse sonho e objetivo. Eu tinha o sonho de vir jogar para a Europa e surgiu esta oportunidade do Marítimo, onde posso mostrar o meu trabalho. Agora é sonhar em sair daqui para algum lugar maior, apesar de aqui estar bem», atirou, finalizando: «Sempre frisei que gostava de conseguir um clube grande, seja o Sporting, Porto ou Benfica, não há opção. Se algum dia surgir a oportunidade, será bem vinda na minha carreira.»