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O espírito samurai tomou conta de Rustenburgo. Pela segunda vez na história dos Mundiais, o Japão logrou a qualificação para os oitavos-de-final. Pelo caminho ficou a Dinamarca, clara favorita. A espada nipónica atravessou duas vezes o coração viking, através de dois livres directos transformados irrepreensivelmente por Kaisuke Honda e Yasuhito Endo.

Pela primeira vez em 40 anos, de resto, uma equipa foi capaz de marcar duas vezes de livre num jogo do Campeonato do Mundo. Por aqui se percebe bem a importância e o simbolismo destes dois pontapés.

No primeiro, logo aos 18 minutos, Thomas Sorensen podia ter feito mais qualquer coisa, apesar da trajectória traiçoeira da bola pontapeada por Honda (belo jogo!). No segundo golo, à meia-hora do jogo, o mérito é todo de Endo. A bola descreveu um arco perfeito, sobre a barreira dinamarquesa, e entrou sobre a esquerda de Sorensen.

FICHA DE JOGO

Já na parte final da partida, após várias tentativas crivadas de desespero, a Dinamarca reduziu por Tomasson na marcação de um grande penalidade. Mas logo depois, para arrumar de vez a questão e acentuar a justiça do desfecho, Okazaki restabeleceu a diferença de dois golos.

Monstros do assado encobrem o (pouco) talento do presente

Esta Dinamarca tem coração, paixão pelo jogo e crença. Não é a atitude da equipa que está em causa. Agora, fica também visível a ausência de unidades munidas de qualidade irrepreensível. Não é todos os dias que se encontram manos Laudrup, ou até mesmo alguém como Alan Simonssen ou Preben Elkjaer.

Martin Jorgensen, Dennis Rommedahl e Jesper Gronkjaer estão no crepúsculo das carreiras, a defesa - privada de Kjaer - tremeu muito e Jon Dahl Tomasson falhou situações inacreditáveis. O experiente atacante apenas marcou na recarga de uma grande penalidade desperdiçada por si.

O Japão, a quem um empate bastava, esteve sempre muito tranquilo e amparou a sua confiança nos tais dois livres directos cobrados por Honda e Endo. A partir daí os asiáticos mostraram saber trocar bem a bola, foram inteligentes e geriram com competência o relógio e o marcador.

Os números não disfarçam o insucesso

No assalto final à baliza do seguro Kawashima, a Dinamarca ainda mandou uma bola ao poste, por Soren Larsen, e teve outro lance de perigo através do promissor Cristian Eriksen (18 anos apenas). Fora isso, o Japão bloqueou de forma imaculada as artérias do fluxo ofensivo nórdico.

Nas suas últimas três participações ¿ 1986, 1998 e 2002 ¿ a Dinamarca tinha passado sempre a primeira fase. Por isso, nesta altura, Morten Olsen só pode ser um homem profundamente desiludido.

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