O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:
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GINHO, AYIA NAPA (CHIPRE)
«Olá, caros leitores do
Maisfutebol,
Hoje venho falar-vos sobre as dificuldades de ser emigrante. Este é o meu segundo ano fora de Portugal e o segundo ano em que estou no Chipre.
No início, a adrenalina e oportunidade de nos pudermos mostrar e tentar alcançar a oportunidade que tanto procuramos em Portugal faz-nos avançar para o desafio sem olhar para trás. Conhecemos um local novo, novos costumes, nova língua, etc.
No Chipre, o primeiro impacto é muito fácil pois este é um país magnífico com um clima maravilhoso. O grande entrave é a língua, o grego, mas sendo este um país turístico quase todas as pessoas falam inglês.
Como disse, no início é tudo espetacular. Mas conforme o tempo vai passando algumas coisas começam a mudar. Os problemas começam a surgir e, como a época não está a correr dentro das expectativas criadas por nós e pelo clube, aparecem os salários em atraso.
Salários em atraso: aqui também os há. Não é como as pessoas pensam, que os jogadores vêm para o Chipre para ganhar fortunas. Já foi o tempo que o Chipre era encarado como o El Dorado.
Com tudo isto, começamos a sentir falta de algo que no início nos dava força para a nova aventura: as pessoas que deixamos para trás. Damos por nós a precisar de chegar a casa quando as coisas correm mal e termos alguém para falarmos, desabafarmos sobre o que aconteceu.
Tentamos apaziguar esta falta através da Internet que durante umas horas nos ajudam mas que depois torna mais difícil o momento de desligar o computador. E aqui reside a grande dificuldade pela qual o emigrante tem de passar e que se resume apenas numa palavra: saudade.
Por isso, aproveito também este momento para mandar cumprimentos a todas as pessoas que me dão força para continuar mas que também estão a minha espera quando eu voltar.
Obrigado caros leitores do
Maisfutebol,
Abraço,
Ginho»
Crónicas Made In
28 fev 2013, 16:30
Ginho: as saudades e o Chipre que deixou de ser um El Dorado
Crónicas Made in Portugal
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