Emmanuel Petit e Richard Dutruel, franceses ao serviço do Barcelona, estão insatisfeitos com a sua carreira no clube catalão. 

Dutruel lesionou-se num joelho em Dezembro e depois da sua recuperação não conseguiu recuperar o lugar na baliza do Barcelona. O guarda-redes acusou o treinador, Serra Ferrer, de ser pouco comunicativo, já que o retirou da equipa e nunca lhe deu nenhuma justificação, referindo ainda que esperava ter uma oportunidade: «Saí da equipa por lesão e pensava que, pelo menos, me iria dar uma oportunidade para regressar. Acho que poderia ter falado comigo para explicar-me o seu ponto de vista, mas é ele quem manda.»  

O guarda-redes crê que o seu estatuto de suplente se pode dever ao facto de a sua contratação ter sido feita durante o período em que Louis Van Gaal estava à frente dos comandos técnicos do Barcelona. De qualquer forma, Dutruel vê-se obrigado a concordar que é compreensível que o treinador mantenha a confiança em José Manuel Reina, guarda-redes que o substituiu, já que há dez partidas que o clube não perde. 

O jogador chegou ao Barcelona no início desta temporada vindo do Celta de Vigo. Dutruel era apontado como uma grande aquisição e a sua vinda facilitou a saída de Ruud Hesp e Vítor Baía do clube catalão. Como concorrência passou a ter Francesc Arnau, Víctor Valdés e Reina, recém-promovido das camadas jovens.  

Petit, por sua vez, revelou que «como profissional se sente frustrado» por não jogar. «Que posso fazer? Pegar numa arma e pôr-me aos tiros? Tenho de treinar duro e dar o melhor no terreno de jogo», disse o jogador. 

O médio tem algumas dificuldades em compreender as razões que levam o treinador a não apostar em si e também porquê que quando o faz não o utiliza na sua posição original: «Às vezes é difícil para mim, mas tento jogar bem em qualquer posição. No final do dia há que relativizar tudo porque, ao fim e ao cabo, é só uma partida de futebol». 

Quanto às consequências que poderão advir das suas declarações, Petit é peremptório: «Somos todos adultos e sabemos o quê que pode acontecer quando falamos».