Lionel Messi acredita que só terá consciência do que foi no futebol quando terminar a carreira. Em entrevista à FIFA, o «Bola de Ouro» volta a dividir méritos com a sua equipa e confirma uma história curiosa, várias vezes contada por Diego Maradona.
«Se Maradona me disse para não voltar a ser segundo depois de perder em 2008 para Cristiano Ronaldo? Para dizer a verdade não me lembro quando ele me disse isso, mas a verdade é que ganhei as três Bolas de Ouro de seguida depois de o ter feito. Estar aqui tem sido espetacular», afirmou.
O internacional argentino confessa que mudou «muito» desde a sua primeira conquista, que cresceu «como jogador e como pessoa». Depois de 91 golos em 2012, volta a dizer que estes «valem pela sua importância e não pela sua beleza» e lamenta «não ter ganho mais troféus» com o seu clube.
A «Pulga» sente-se finalmente apreciado na seleção argentina. «Fizemos disparar o entusiasmo das pessoas e tenho de dizer que estamos mais unidos do que nunca», atirou, antes de confirmou que o hat trick no articular com o Brasil «foi extra-especial».
Messi assume ainda que 2012 foi um ano difícil devido às situações de Abidal e Tito Vilanova, mas «a equipa manteve-se unida e conseguiu ultrapassar» os problemas, «embora estes tenham batido forte no grupo».
O futebolista ainda comentou uma frase do escritor Eduardo Galeano: «Gosto de Messi porque não se acha Messi.» Para o argentino, a consciência de quem é no jogo ainda não é clara: «Tento apenas fazer o meu trabalho e desfrutar do que me acontece, do que nós fazemos e conseguimos todos os dias. Não é altura de nos sentarmos e pensar no que estamos a fazer porque tudo acontece muito rápido: assim que algo acaba outra coisa começa. Penso que, como disse muitas vezes, as pessoas vão lembrar esta equipa do Barcelona assim que desaparecer. Será quando lhe darão mais importância. E, a título pessoa, só quando me retirar terei plena consciência do que fiz ou do que consegui alcançar na minha carreira.»