Freddy Guarín deu uma entrevista à revista Semana, da Colômbia, durante a qual abriu a alma e colocou tudo em pratos limpos.

«Sou alcoólico, cem por cento. Sou admito, admito. Sou um viciado em recuperação. Mas aprender a sair disto é altamente motivador», referiu.

«Fui alcoólico social durante vários anos em que joguei futebol. Foi aí que o meu comportamento começou e que tomei decisões erradas. Quando saí do Millonarios, toquei no ponto mais baixo, porque durante caí no fundo do meu vício. Não trabalhei, perdi a minha dignidade, o meu círculo social próximo, a confiança dos entes queridos e o que tenho de mais importante e valioso, que são meus três filhos. Perdi muitas coisas de enorme valor.»

Hoje Guarín garante que está bem, a recuperar e a tentar viver a vida como uma pessoa normal: que se levanta, vai trabalhar, chega a casa à noite e vai descansar.

Para o conseguir, entregou-se a um centro de desintoxicação, no qual trabalha dez horas por dia com um grupo muito completo de psicólogos, psiquiatras e terapeutas.

«Cheguei a um ponto em que não conseguia mais continuar com aquele estilo de vida e tive de pedir ajuda. Antes tinha tentado várias vezes recuperar, mas tinha sempre uma recaída. Tive de desistir e entregar-me ao meu eu superior e a alguns profissionais com quem estou a trabalhar para poder remediar muitas coisas», referiu. 

«Preciso antes de mais de reconquistar a confiança em mim mesmo, a confiança dos meus filhos e dos meus familiares. Aceitar é o ponto principal. Não consegui sozinho e deixei que me ajudassem. Estou nesse processo. Posso dizer com segurança que este tratamento é o definitivo. Já bati às porta do inferno e não é nada bom.»

Guarín, que jogou várias temporadas no FC Porto e fez parte da equipa que venceu tudo em 2011, incluindo a Liga Europa, com André Villas-Boas, diz que o álcool lhe custou tudo.

«Perdi o meu casamento, perdi a minha casa e a minha família. Tudo por causa do álcool, porque enquanto eu consumia, tomava decisões erradas. Dói-me muito ter perdido aquela casa porque a construí desde o início, do nada. A minha antiga mulher foi uma ótima companheira, uma excelente mãe e tenho de aceitar, perdoar-me e desejar o melhor na vida para ela. Que continue a ser a excelente mãe que é e espero que um dia ela possa me perdoar. No final somos dois pais que querem o melhor para os nossos filhos.».