Já imaginou Ricardo Quaresma a jogar como trinco, verdadeiro número seis? Certamente que não, mas foi de facto à frente dos defesas que Quaresma conquistou um título de campeão nas camadas jovens do Sporting. E não é que o agora camisola 7 do F.C. Porto gostava de jogar como trinco?
«Ele quando chegou ao Sporting jogava na frente, mas foi testado a trinco e ficou nessa posição. Era número seis e fomos campeões de infantis com o Quaresma como trinco», desvendou Lourenço ao Maisfutebol.
O agora extremo foi testado a trinco, gostou e diz quem o viu jogar nessa zona do terreno que «não jogava nada mal». Mas, os dotes para desequilibrar instalaram-no na frente, logo na época seguinte. «Só nos iniciados é que começou a jogar a extremo direito e também foi avançado algumas vezes. As qualidades que ele tinha e a maneira como fazia assistências e golos diziam que tinha de jogar para a frente e não para trás. Mesmo gostando de ser trinco é obvio que adorava fintar e marcar golos», sublinha o avançado que actua agora na Grécia.
Lourenço foi companheiro de equipa de Quaresma nas camadas da formação do Sporting e também «nas selecções de sub-19 e sub-21». «Só me falta apanhá-lo nos AA», diz o avançado entre sorrisos.
Regressando às memórias de Alvalade, Lourenço traz à conversa mais algumas curiosidades da carreira de Quaresma: «No momento em que despontou nos juvenis foi quando começou a dar mais nas vistas. Fomos campeões nesse escalão com uma equipa formada por jogadores que deviam jogar na equipa B de juvenis e actuaram pelos principais no nacional. Aí vimos que havia muita qualidade e felizmente para ele que teve sucesso. A evolução da carreira foi muito mais rápida do que ele próprio, e os outros, pensavam.»
O menino sisudo que é brincalhão no seu Mundo
A imagem séria e o tom baixo com que fala para o exterior são reflexo de alguém fechado que só tira a carapaça quando se sente à vontade. É um verdadeiro brincalhão e a boa disposição foi sempre uma das características de Quaresma: «Sempre foi bem disposto e alegre. Uma boa pessoa. Continua a ser igual. É o mesmo Ricardo humilde que cresceu com o sonho de ser jogador, tal como eu. Aquela é a sua paixão. Era muito brincalhão, chamavam-lhe ciganito, brincávamos muito com ele.»