Depois de Munique, há quem fale em fim de ciclo do Barcelona. É essa a manchete do jornal «As», numa manhã em que a imprensa internacional abre manchetes de espanto com os 4-0 do Bayern a Messi e companhia.

A ideia de fim de ciclo atravessa as crónicas e análises ao jogo. O jornal «Marca» faz mesmo uma analogia com a «Dream Team» do Barcelona de Johan Cruyff, que em 1994 perdeu pelos mesmos 0-4 a final da Liga dos Campeões, frente ao Milan. Essa derrota representou o fim simbólico da equipa de sonho que o treinador holandês tinha montado e que fora campeã europeia dois anos antes.

A equipa foi perdendo brilho e o próprio Cruyff seria despedido um ano depois, numa altura que representou uma longa travessia no deserto para o Barcelona. Com Pep Guardiola, o Barcelona foi ainda mais longe nessa utopia de uma equipa de sonho, a jogar um futebol-maravilha. Ganhou tudo e mais alguma coisa, incluindo duas Ligas dos Campeões. Agora a questão que muitos já colocam é se acabámos de assistir ao fim de uma era. Se bem que a meia-final de Liga dos Campeões ainda vá a meio.

Voltando aos jornais. Do «Mega Bayern» do alemão «Bild» à primeira página que vai da capa à contracapa do diário argentino «Olé», este foi um dia para esgotar adjetivos e superlativos. Foi, como diz o também argentino «Clarín», o dia em que «passaram por cima do Barça.» A crónica de jogo do «Olé» também faz um trocadilho, falando em «Bailen en Munich».

Há primeiras páginas em tom dramático, como as dos desportivos catalães, mas também com humor, como a do tablóide «The Sun», num trocadilho que só resulta em inglês: «Bayern make a Messi of Barça.»