Eis a lista, por ordem alfabética:
CARLO ANCELOTTI
Depois de três eliminações consecutivas nas meias-finais da Liga dos Campeões, com José Mourinho, o Real Madrid apostou em Carlo Ancelotti para suceder ao português, na esperança de alcançar o décimo título europeu. Vencedor da «Champions» em duas ocasiões anteriores, com o Milan, Ancelotti acabou por erguer o troféu também com os «merengues», igualando o recorde de Bob Paisley, com três títulos. Na Liga espanhola foi o Atlético que saiu vencedor, assim como a Supertaça espanhola, mas 2014 foi claramente um ano positivo também para o Real Madrid, que venceu a Taça do Rei, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes, a fechar o ano.
DIEGO COSTA
Figura incontornável da brilhante campanha do Atlético de Madrid, contribuindo para o título espanhol com 27 golos, um registo apenas superado por Messi (28) e Ronaldo (31). Lesionou-se na decisão da Liga e forçou uma recuperação para a final da Liga dos Campeões, mas ressentiu-se e saiu com apenas oito minutos de jogo, no Estádio da Luz. O Atlético acabou por perder o troféu para o Real e Diego Costa foi depois contratado pelo Chelsea de José Mourinho, que pagou os 38 milhões de euros da cláusula de rescisão. Em Londres o impacto foi imediato, com sete golos nos primeiros quatro jogos, um registo nunca antes alcançado. Um ano em cheio para o antigo jogador do Penafiel e do Sp. Braga, que só não teve repercussão na seleção espanhol. Embora tivesse duas internacionalizações pelo Brasil, em jogos particulares, Diego Costa lutou pela possibilidade de jogar pela seleção espanhola, e pôde finalmente estrear-se em março. Mas somadas sete internacionalizações em 2014, duas das quais no Mundial, o avançado ainda só marcou um golo pela «Roja», e no último jogo que efetuou pela equipa de Vicente del Bosque.
DIEGO SIMEONE
O argentino conduziu o Atlético de Madrid a um ano épico. Se a conquista do título espanhol já seria notável, tendo em conta os dezoito anos de «jejum» do clube, perante a hegemonia de Real Madrid e Barcelona, os «colchoneros» chegaram ainda à final da Liga dos Campeões, disputada em Lisboa. A perda desse troféu para o rival Real Madrid, no prolongamento, não apaga o brilhantismo da campanha, com Simeone a elevar uma vez mais a fasquia num emblema histórico que há pouco mais de dez anos caiu na segunda divisão. Agora o Atlético tem uma equipa guerreira, humilde, apaixonada, comprometida, uma equipa que sagra a camisola. Uma equipa à imagem de «Cholo» Simeone, o homem certo no lugar certo.
JAMES RODRÍGUEZ
Perante a ausência de Radamel Falcao, devido a lesão grave, foi outro ex-portista a assumir-se como a figura da seleção colombiana no Mundial2014, numa campanha que só terminou nos quartos de final. E James substituiu «El Tigre» com tanta convicção que conciliou o papel de «maestro» da equipa com o de goleador, sangrando-se mesmo o melhor marcador do Campeonato do Mundo, com seis golos. E tentos de belo efeito, diga-se, dignos do primeiro e do terceiro lugar de uma classificação promovida pelos visitantes do site da FIFA. O esquerdino piscou o olho ao Real Madrid ainda durante o Mundial, e Florentino Pérez, presidente «merengue», lá desembolsou cerca de 80 milhões de euros para o levar para Espanha, onde já conquistou dois títulos (Supertaça Europeia e Mundial de Clubes).
JOACHIM LÖW
Um projeto a longo prazo que finalmente atingiu o objetivo: o quarto título mundial para a Alemanha. Löw chegou à seleção germânica em 2004, como adjunto de Jürgen Klinsmann, mas dois anos depois tornou-se o selecionador principal, numa clara aposta de continuidade do trabalho de fundo que estava a ser desenvolvido. Durante alguns anos a Alemanha rondou o sucesso sem o alcançar (finalista no Euro2008 e terceira classificada no Mundial2010 e no Euro2012), mas em 2014 a «mannschaft» conseguiu finalmente erguer o troféu, o título mundial, revelando clara supremacia na prova disputada no Brasil, como atestam as goleadas a Portugal (4-0), logo a abrir, e depois à seleção anfitriã, nas meias-finais (7-1).
JORGE LUIS PINTO
O outro colombiano da lista, que também brilhou com uma presença nos quartos de final do Campeonato do Mundo, mas como selecionador da Costa Rica. «Los Ticos» não só venceram o denominado «Grupo da Morte» (com Uruguai, Itália e Inglaterra), como se despediram da prova sem qualquer derrota (eliminados pela Holanda no desempate da marca de grande penalidade). A Costa Rica só tinha passado uma vez a fase de grupos (1990), mas ficou então pelos «oitavos», pelo que esta foi a melhor campanha de sempre. Um feito notável de Jorge Luis Pinto, que depois deixou o cargo e que entretanto já assumiu o comando da seleção das Honduras.
LIONEL MESSI
Foi um ano atípico para o argentino, no sentido em que não conquistou títulos coletivos, mas no plano individual voltou a exibir-se a um nível altíssimo, mesmo aquém do que já fez. Está entre os finalistas da Bola de Ouro, depois de ter conquistado a versão deste prémio referente ao Campeonato do Mundo. Contribuiu com quatro golos e uma assistência para a caminhada da Argentina até à final da prova, na qual foi derrotada pela Alemanha, e foi eleito o melhor jogador da prova. Terminou o ano civil com 58 golos em 66 jogos, e pelo meio tornou-se o melhor marcador da história do campeonato espanhol (bateu o recorde de 251 golos de Telmo Zarra) e da Liga dos Campeões (superou os 71 golos de Raul).
LUIS SUÁREZ
Um ano atribulado para o uruguaio, em que os sorrisos intercalaram sempre com as lágrimas. Foi figura de proa de um sensacional Liverpool, que anda assim deixou fugir o título inglês nas últimas jornadas, de forma dramática. Ainda assim os 31 golos na Premier League deram para conquistar a Bota de Ouro, embora partilhada com Cristiano Ronaldo. Operado ao joelho esquerdo no final de maio, Suárez teve a participação no Mundial em risco. Falhou mesmo o jogo inaugural, mas regressou depois com a Inglaterra, apontando os dois golos da vitória uruguaia. Só que depois, frente à Itália, foi expulso por morder Chiellini. Protagonista de tão insólita agressão pela terceira vez, foi suspenso por quatro meses. O Barcelona avançou na mesma para a contratação do avançado uruguaio, mas este só se estreou oficialmente no final de outubro, e desde então a veia goleadora tem estado menos saliente (apenas três golos em onze jogos).
MANUEL NEUER
O alemão é apenas o quinto guarda-redes a marcar presença entre os finalistas à conquista da Bola de Ouro (só Lev Yashin venceu), e isso já um feito assinalável. Mas a verdade é que o grande mérito de Neuer, em 2014, foi ter sido mais do que um «mero» guarda-redes. Tanto no Bayern de Munique como na seleção alemã assumiu-se como o «guarda-redes-líbero», insistentemente procurado pelos colegas para fugir à pressão dos adversários, extremamente eficaz a jogar fora da área quando era preciso «dobrar» a adiantada linha defensiva. Mas ao alargar o papel do guarda-redes, Neuer não esqueceu a génese, as defesas, e com a segurança habitual ajudou o Bayern a conquistar a «dobradinha», para depois sagrar-se campeão mundial com a Alemanha, numa prova em que foi eleito o melhor guarda-redes.
THOMAS MÜLLER
Cinco golos apontados no Mundial2014, três dos quais a Portugal, logo na jornada inaugural, permitiram ao avançado repetir a marca alcançada quatro anos antes, na África do Sul. Aos 25 anos está já entre os melhores marcadores da história dos Campeonatos do Mundo, a apenas seis tentos do recorde estabelecido pelo compatriota Miroslav Klöse no Brasil. Mas nesta caminhada alemã para o título mundial o homem-golo foi Müller, confirmando que, para além de um avançado rigoroso taticamente, extremamente combativo e muito inteligente, é também um belíssimo finalizador. Ao serviço do Bayern de Munique conquistou a «dobradinha», sagrando-se mesmo o melhor marcador na Taça da Alemanha, com oito golos apontados.