Desde que está sentado no banco do Marítimo, Pedro Martins nunca perdeu na jornada inaugural do campeonato. No entanto, também é verdade que enquanto técnico dos insulares nunca venceu os encarnados em jogos para a Liga. Parece uma equação difícil de resolver, mas o treinador dos verde-rubros acredita nos seus jogadores e espera uma vitória.

«A equipa está motivada e confiante, não por ser o Benfica, mas porque nos preparámos bem. O grupo tem qualidade e uma enorme vontade de vencer. Não vamos alterar nada na nossa filosofia, vamos ter o mesmo Marítimo, com a mesma identidade. Acredito muito no grupo de trabalho, têm muito talento e acho que vamos fazer um bom jogo», anteviu o técnico, de 43 anos, que vai já para a quarta temporada no comando dos insulares.

Depois de olhar para dentro de casa, Pedro Martins também lançou o olhar ao adversário. Pragmático, na forma como aborda o jogo, o técnico também não acredita em facilidades. Por mais burburinho que haja...

«Penso que não faz sentido pensar que o Benfica está mais pressionado neste início de época. O Benfica é uma grande equipa e a pressão é constante ao longo da época. Luta por títulos e tem legitimidade para isso porque tem um conjunto de jogadores com grande qualidade, está bem orientada por Jorge Jesus e, por isso, antevemos um jogo de dificuldade elevada» analisou.

E nem todo o folclore em redor do episódio Cardozo reduz as convicções de Pedro Martins que acredita num Benfica com o mesmo ADN das últimas época e, ainda, reforçado com o upgrade conferido pelos reforços que são muitos e bons.

«Muito sinceramente não acredito que o Benfica possa estar mais frágil. Já estive inserido como jogador e, agora, como treinador e posso dizer que os jogadores não pensam muito nesses episódios [Caso Cardozo]. Todo o efeito é mais exposto pela comunicação social porque o grupo não está sujeito a esse tipo de pressões. Acredito que vai ser um Benfica com o mesmo perfil, muito forte nos corredores, com gente forte nas transições. E foi ainda uma equipa que se reforçou fortemente...», considerou o treinador.

Apesar de todo o otimismo na preparação do jogo, há um aspeto que deixa Pedro Martins triste. É entrar em campo e ver mais adeptos do Benfica do que do Marítimo a aquecerem o Caldeirão. Para o técnico, o crescimento do clube também passa por aí.

«Não gosto e fico triste quando vejo mais gente do adversário. Temos uma filosofia e gostávamos que ela fosse também implementada pela nossa massa associativa. Há meia dúzia de anos, em Braga, havia mais adeptos do Benfica e conseguiram alterar completamente. Aliás, o Braga também cresceu devido à sua massa adepta. Gostaria que quando jogasse o Marítimo, até porque é o clube da Região, os adeptos apoiassem de vez o Marítimo» rematou em jeito de apelo aos adeptos insulares.