Carlos Godinho, director-desportivo da Federação Portuguesa de Futebol, manifestou-se surpreendido com a recepção hostil que a Selecção Nacional teve à chegada à Bósnia. O dirigente mostrou-se surpreendido sobretudo com a animosidade mostrada em relação às forças da GNR. «Não estávamos à espera disto», disse.
Selecção recebida com ameaças e insultos em Sarajevo
«Tivemos reuniões com a Federação bósnia, tivemos contactos com a segurança da FIFA, com as forças militares estacionadas na Bósnia e ficámos surpreendidos quando os militares da GNR foram afastados para entrarem no aeroporto seis ou sete energúmenos para provocarem os jogadores e as pessoas que saíam.»
Carlos Godinho falava à imprensa que acompanhou a selecção portuguesa e confirmou que houve insultos, ameaças e até cuspidelas em elementos da comitiva portuguesa. «Não assisti, mas disseram-me que houve algumas cuspidelas e coisas desse género. É uma situação que não faz grande sentido nos tempos que correm.»
«Os bósnios em Lisboa foram muito bem recebidos, tiveram todas as mordomias e espero que sejamos tratados aqui da forma simpática que eles foram. Os militares combinaram connosco fazer o trabalho de protecção, embora oficialmente não o pudessem fazer. Mas não os deixaram estar ali e obrigaram-nos a sair.»
Carlos Godinho confirmou, de resto, que vai comunicar o que se passou ao delegado da segurança da FIFA durante uma reunião marcada para esta terça-feira. «Em Zenica está tudo bem organizado, pelos vistos foi só uma meia-dúzia que se lembrou de fazer isto aqui. Não faz grande sentido porque tem de se ganhar o jogo no campo.»