O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, admitiu que a presente semana de trabalho começou de forma difícil depois da derrota com o Rio Ave, à qual se segue a deslocação a Barcelos, para defrontar o Gil Vicente, na 5.ª jornada da I Liga (sábado, 20h30).

«Há formas de perder e esta, para mim, acho que foi a mais pesada, não em termos de números, mas no que foi a prestação da equipa, principalmente na primeira parte. Eu já ganhando sou sempre muito exigente no trabalho diário. Somos uma equipa técnica e um clube em que a vitória é o mínimo que exigimos, porque além da vitória têm que haver outras coisas importantes, mas sinceramente foi uma semana que começou de forma difícil para preparar este jogo de Barcelos, exatamente por esse estado de espírito», referiu Conceição, esperando um «jogo difícil» ante os comandados de Ivo Vieira.

«Esperamos um jogo à imagem do que tivemos fora até agora neste campeonato. Um jogo difícil contra uma equipa bem organizada e que já tem alguma competição em cima, esteve na Liga Conferência e isso dá-lhes sempre mais ritmo. Olhar também para um treinador experiente, com mais de 150 jogos na Liga, uma equipa que fez um campeonato excelente no ano passado. Espera-nos um jogo competitivo, cabe-nos fazer o que não fizemos no último jogo e ganhar os três pontos», disse o treinador do FC Porto, equipa que, fora de casa, venceu o Vizela com um golo de Iván Marcano em cima do minuto 90, tendo depois perdido com o Rio Ave, por 3-1.

Questionado sobre o que espera do Gil Vicente, se assente mais num 4x4x2 ou num 4x3x3, Conceição falou num adversário «capaz no processo ofensivo» e que os diferentes momentos defensivos dos minhotos também foram analisados. Por outro lado, Conceição diz que o «espírito» é, por vezes, mais importante do que a estratégia.

«Dentro do que é na minha opinião o 4x3x3 não foge muito. Pode momentaneamente o Fujimoto juntar-se ao Navarro e ele ficar de forma paralela em relação ao avançado e transformar-se num 4x4x2, quando principalmente estão um bocadinho mais baixo. Por vezes os alas afundam numa linha de quatro que se torna numa linha de cinco ou de seis por vezes e estão mais baixos ainda. Analisámos os diferentes momentos que o Gil apresenta na sua missão defensiva e depois é uma equipa capaz no processo ofensivo, tem jogadores com qualidade interessante. Podemos controlar o que temos de fazer, com a capacidade de percebermos que cada momento no jogo pode ser decisivo, no resultado do jogo, acho que foi isso que faltou no jogo em Vila do Conde. Acho que às vezes é mais importante do que a própria estratégia, porque no fundo, nós jogando num 4x4x2, losango no meio, 4x2x3x1 ou 4x4x2 clássico, isso é a base para se trabalhar e depois a dinâmica é diferente. No último jogo, na parte final, até o Pepe foi com bola à entrada da área e estavam praticamente todos os outros na área e só o Matheus no equilíbrio. E aí estamos a falar de um 1x9, com o Diogo atrás. Sou dos treinadores que dá muita atenção ao metro feito ou não, ao espaço ocupado ou não, porque acho que faz a diferença, mas por vezes acho que se torna ainda mais importante o estado de espírito», rematou.