por Ana Sofia Figueiredo

Fary Faye inicia o nono ano ao serviço do Boavista e é, indiscutivelmente, uma das figuras míticas do clube «axadrezado». Aos 39 anos cumpre o sonho de ver o Boavista regressar ao escalão principal do futebol português e confessa estar muito feliz por poder estar presente neste momento tão importante para o clube.

«Agradeço muito a Deus. Sempre foi um sonho fazer parte da equipa no regresso. Acreditei sempre e acredito que vai ser outro Boavista. Aprendemos muito durante os seis anos em que estivemos na segunda liga. Chegamos e agora a primeira coisa a fazer é manter o Boavista na I Liga», afirmou o senegalês esta quarta-feira na conferência de imprensa depois do treino.

Não há dúvidas de que a manutenção é o objetivo principal do clube recém-promovido. Os tempos da descida de divisão não foram fáceis e ninguém os quer repetir. Fary esteve presente em todos os momentos do clube e como capitão e jogador mais velho da equipa tem um papel muito importante no plantel.

«Posso transmitir a minha experiência e a mística do clube à equipa. Estive em todas as fases do clube, as boas e as más. Hoje toda a gente trabalha em prol do clube, direção, equipa técnica, adeptos e jogadores», declarou o avançado.

Aos 39 anos será difícil Fary ser titular e fazer muitos minutos, mas mesmo assim tem um desejo para a próxima temporada, que revelou entre sorrisos: «Gostava de ser o jogador mais velho com mais golos».

O plantel do Boavista já conta com muitos reforços, muitos deles são jovens e com pouca experiência ao mais alto nível, mas Fary assegura que tudo está a ser preparado com cuidado.

«Há muita gente nova, mas a equipa técnica está a gerir tudo muito bem. Há muita entreajuda entre os jogadores. Acredito que o contacto com grandes equipas vai-lhes fazer muito bem. Tenho fé que vamos ter uma boa equipa», afirmou.

Os jogadores estrangeiros não conhecem a história do clube e Fary, como capitão e jogador da casa, conta-lhes o que é o Boavista: «É um clube muito grande. Não é o Boavista de há dez anos atrás, mas é um clube com muita mística. A massa associativa é muito fiel. Digo-lhes que não basta serem bons jogadores, é preciso darem tudo dentro de campo».