A teoria dos três As: ambição, agressividade e antecipação. Será com esta fórmula que Daúto Faquirá vai tentar surpreender o F C Porto, no próximo sábado (20.30 horas), em Olhão. Para o treinador do Olhanense, um ponto conquistado já seria ouro sobre azul, mas a vitória valorizava o percurso de uma equipa «das mais interessantes do campeonato». E promete um Olhanense no ringue para tentar derrubar o adversário que considera o mais forte entre os três grandes do futebol nacional.

«Dos três grandes, e não me levarão a mal por dizê-lo, o F C Porto é a equipa mais coesa, a mais compacta, a que joga mais como grupo, e a que tem uma ou outra individualidade que desequilibra e resolve os problemas, quando as coisas colectivamente não funcionam bem», começou por analisar Faquirá.

«Quero a minha equipa sempre ambiciosa, agressiva e que jogue em antecipação. Estes três A¿s são pressupostos variáveis fundamentais para conseguimos estar mais perto de ter êxito. Às vezes isso não chega mas é um bom ponto de partida para ganhar, ou pelo menos fazer pontos, mas vamos sempre para o ringue a pensar que vamos derrubar o adversário. Por ko, tudo bem, por ko técnico ou pontos, também. O que interessa é conquistarmos pontos», deseja.

Na antevisão ao último jogo do Olhanense, na Luz com o Benfica, Daúto Faquirá queria que a equipa soubesse dançar, apesar da diferença de tamanho. Para esta nova dança, agora com o F C Porto, Daúto Faquirá pensa que não será necessário mudar o estilo. «Nunca o fizemos. Naturalmente identificarão alguns momentos em que fazemos ajustes em função do adversário e mais na fase defensiva. Mas tanto o fazemos com o F C Porto, como contra a Naval, Leiria ou Setúbal», afiançou.

Apesar de ter «dançado» mal com o Apoel para a Liga dos Campeões, Daúto Faquirá não se ilude com o actual momento do F C Porto. «O Chipre é um dos países emergentes no futebol europeu e a diferença enorme que havia para o nosso futebol está mais diluída. O Benfica também não conseguiu ganhar a uma equipa suíça. Não é por aí que podemos considerar que o F C Porto está em fase menos boa. Mesmo que a imprensa identifique um F C Porto com menos fulgor é, dos 3 grandes, a equipa mais consistente e mais forte, e com valores que desequilibram», sublinhou.

«À terceira é de vez»

«Uma coisa é a história recente do F C Porto, que para nós tem importância mas é relativa. Este não é um discurso em que não vamos encarar o jogo para jogar para os 3 pontos. Vamos encará-lo, tal como na luz e em Alvalade. Tudo depende da forma como se abordam os jogos, depende também do adversário, dos ajustes, mas vamos procurar sempre o nosso rosto, a nossa forma de estar, e principais princípios de jogo, as linhas com as quais nos temos orientado. E pelo nosso percurso, somos uma das equipas mais interessantes deste campeonato», valida Faquirá.

Depois do Sporting e do Benfica, segue-se o F C Porto na ementa do Olhanense. «Tivemos óptimo resultado em Alvalade, fizemos uma boa segunda parte na Luz e uma vitória sobre o F C Porto seria naturalmente ouro sobre azul. Seria bonito em termos de valorização nossa, além da pontuação, para os jogadores para o clube. Seria um marco bonito e importante para a história do clube. Mas tenho sempre o cuidado de ser o mais realista possível e perceber que qualquer teoria de que o F C Porto tenha menos fulgor e que seja dos três grandes o menos difícil, cai por terra, porque nos últimos 3 jogos para o campeonato marcaram 11 golos e não sofreram nenhum», diz Daúto Faquirá, que, no clube algarvio, ainda não venceu os dragões.

«À terceira é de vez, oxalá se concretize. Gostávamos de contrariar os últimos resultados, pelo menos nesta casa, comigo, não temos ganho ao F C Porto, no ano passado nem sequer pontuámos. Era bom se tal acontecesse, era mais um ponto para o nosso saco e estaríamos mais perto das nossas aspirações e daquilo que almejamos. Mas vai ser difícil», admite.