O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, confessou á Maisfutebol Rádio ter ficado com «um grande amargo de boca» depois da prestação da selecção de futebol no torneio olímpico: «Fiquei bastante defraudado com a nossa participação no futebol, porque tanto em termos desportivos como em termos de comportamento no campo deixou algo a desejar, como se compreende», confessou.
Por outro lado, o facto de a selecção olímpica não ter aproveitado os apoios de que dispôs também o deixou profundamente desapontado: «Também fiquei com um grande amargo de boca porque tenho reclamado mais apoios para os atletas portugueses. E constatamos que uma selecção que dispõe de todos os apoios não vai muito longe no torneio e que decepciona também porque não tem espírito verdadeiramente olímpico».
Perante tudo isto, Vicente Moura considera que é importante reflectir: «Fiquei defraudado. Penso que a federação portuguesa de futebol tem que equacionar este tipo de participações e verificar se de facto ir aos Jogos Olímpicos, se é ou não uma coisa que interessa à Federação».

«É importante saber se os jogadores de facto querem participar ou não neste tipo de torneios porque é desagradável. Estiveram aqui pelo menos trezentas cadeias de televisão a dar o jogo e através das respectivas transmissões revelarem o espanto da derrota com o Iraque e depois assistiu-se a um comportamento que desprestigia o país», relembrou.
Esta é, na sua opinião, uma situação que terá de ser «analisada «quando a missão portuguesa aos Jogos Olímpicos fizer os relatórios». O objectivo é «evitar que estas situações de repitam». «Não falo apenas de resultados que no futebol podem ser imprevisíveis. Falo de toda a forma como se sentiu que a selecção nunca esteve totalmente unida em torno do espírito destes jogos. Isso é mau para o futebol, para a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos e é mau para Portugal», concluiu.