Rafael Bracali deverá ser uma das novidades do F.C. Porto na deslocação ao reduto do Pero Pinheiro, para a Taça de Portugal. O guarda-redes, ex-Nacional da Madeira, chegou ao Dragão para ser a sombra de Helton e terá, finalmente, a sua oportunidade.

O brasileira trabalha sem indícios de nervosismo mas sentirá, naturalmente, expectativa antes da estreia oficial com a camisola dos dragões. O pai de Bracali, por sinal treinador de guarda-redes, admite o cenário.

Bracali, guarda-redes por obrigação (perfil)

«O Rafael fez mais de 300 jogos na carreira, mais de 100 já em Portugal, portanto não vai tremer. Mas claro que ele está na expectativa, está feliz pela oportunidade que vai ter e quer mostrar serviço», começa por dizer, ao Maisfutebol.

Armando Bracali garante que o seu filho está a conviver bem com a condição de suplentes. O guarda-redes de 30 anos estava preparado para isso mesmo. «Quando ele assinou, sabia da situação do Hélton, que é um grande guarda-redes e tem estatuto no F.C. Porto. O essencial para o Rafael é servir o Porto, os seus interesses.»

«Artur é mais completo que Roberto», diz Bracali

«Mas claro que não se vai habituar a ser suplente para sempre. Todo o jogador tem de ter ambição. Se não, mais valia deixar a carreira. Ele respeita a hierarquia, os seus companheiros, mas está a aguardar uma oportunidade e quer conquistar a confiança da equipa técnica», explica o progenitor.

Rafael Bracali chegou a custo zero ao F.C. Porto. Beto quis sair para ter a esperança de disputar o Euro2012 e os dragões aproveitaram uma oportunidade de negócio. O brasileiro terminou contrato com o Nacional da Madeira, foi sondado pelo Sp. Braga mas virou-se para o Dragão.

Perdeu-se um goleador

Aos 30 anos, Bracali luta pela baliza portista com Hélton. Chegou a Portugal em 2006, depois de crescer e despontar no Paulista. Por lá, partilhou o balneário com Artur Moraes, actual titular do Benfica. Armando Bracali treinou ambos.

«O Artur está muito bem no Benfica e não me surpreendi. Fico satisfeito. Trabalhei com ele seis anos e sinto-me feliz por ter participado no seu processo de crescimento. Nos juvenis do Paulista, o Artur foi titular à frente do Rafael mas depois esteve sempre um escalão acima».

Curiosamente, Rafael Bracali rumou à baliza por indicação superior. Ele até queria ser avançado. «Olhe que não era nada mau. Chegou a ser o melhor marcador de um torneio, mas ele era melhor no futebol salão que no futebol de onze. Certo dia, pedi-lhe para ir à baliza, experimentar, ele gostou e assim ficou até hoje», remata Armando Bracali.