A Figura: Paulo Lopes

Herói, super-homem, guarda-redes extraordinário. O que mais podia ter feito ele? Nada, nada, nada. Foi absolutamente notável durante todo o jogo. Vale a pena registar: defesa em voo a livre de Hulk (43 minutos), defesa a remate de James que levava selo de golo (45), voo e palmada para canto a pontapé de Janko (50), grande penalidade defendida (59), duas defesas consecutivas a tentativas de James e Janko (61). Adiou até ao limite do suportável o primeiro golo do F.C. Porto. Nada a fazer no 1-0, nada a fazer no 2-0. Merecia um currículo mais enriquecido. Ainda irá a tempo de vestir a camisola de um grande clube?

A Desilusão: primeira parte do F.C. Porto

Errático, conformado, privado de dinamismo, o dragão não teve ponta por onde se lhe pegasse até ao minuto 45. O que até nem é novidade esta temporada nos jogos realizados no Dragão. A exigência desta partida urgia a presença de um campeão esmagador. Nada disso se viu até ao tempo de descanso. À atenção de Vítor Pereira, uma vez mais.

O Momento: de cabeça para a Luz

Minuto 68. O sofrimento apoderava-se das bancadas. Paulo Lopes parava tudo, até um penálti. E eis que surge Maicon a desviar com a testa um livre de James Rodríguez. Golo, alívio, exultação, o dragão atirava-se de cabeça direitinho para o clássico da Luz. Só aí se resolvia um intrincado problema chamado Feirense.

A Crónica do Jogo

Outros Destaques

Lucho Gonzalez

Licenciado pela mais exigente das universidades: a da inteligência e do saber. Só ele descobriria James Rodríguez no segundo golo. O mais fácil e expectável seria fazer o passe para Marc Janko. Mas Lucho não vai pelos caminhos do óbvio. Cabeça erguida, passe atrasado e o colombiano a encostar para o fundo da baliza. Grande segunda parte, a atenuar um primeiro tempo assustadoramente discreto. Nota ainda para um pontapé a fulminar a barra da baliza de Paulo Lopes. Merecia golo.

João Moutinho

Como cresce com Lucho ao lado. Talvez contagiado pela qualidade do colega, talvez espicaçado pelo carinho tributado pelos adeptos a «El Comandante». Não interessa especular. O relevante é mesmo o excelente momento de forma que atravessa. Encheu o campo em Manchester, voltou a ser dos melhores diante do Feirense. Vítor Pereira poupou-o aos últimos 20 minutos e substituiu-o por Steven Defour. O belga anda atrás de minutos e confiança.

Maicon

O estigma de patinho feio abandonou-o. Em definitivo? Sim, os sintomas indicam isso. De regresso ao centro da defesa, inaugurou o marcador num belo golpe de cabeça. É um cisne garboso, dominador e ainda em pleno desenvolvimento. Um reparo: não pode falhar o passe que falhou logo no início, à entrada da sua grande área. Nesta altura será justo afirmar que é o defesa central do F.C. Porto em melhor forma.

Hulk

A primeira parte, paradoxalmente à exibição da equipa, prometia mundos e fundos. Debalde. Afetado pela grande penalidade desperdiçada, meteu a cabeça na relva e desceu vertiginosamente de rendimento. Que remate é aquele na cobrança do livre indireto na área do Feirense? O F.C. Porto precisa de mais Hulk. O dos primeiros 45 minutos serve perfeitamente.

James Rodríguez

Vítor Pereira insiste em coloca-lo no banco. Estranho, desaconselhável, um desperdício. A lesão de Varela chamou-o ao jogo ainda na primeira parte, bem a tempo de ser decisivo. Colocou a bola na cabeça de Maicon para o primeiro golo, marcou o segundo e viaja motivadíssimo para a seleção da Colômbia. Chegará a tempo e em condições de jogar o Clássico?