A Direcção do F.C. Porto emitiu esta sexta-feira um comunicado no qual esclarece vários pontos relacionados com notícias recentes, que aludem à ligação entre o clube e Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, no processo de inquérito que se encontra em curso devido à «permuta de terrenos», que poderá ter beneficiado o emblema das Antas.
Aqui se explica como foi resolvido o assunto dos terrenos que pertenciam à família Ramalho e que serviram para a construção do novo complexo desportivo. São negadas todas as acusações de favorecimento, bem como qualquer contacto feito pelas entidades responsáveis para que fossem prestados esclarecimentos sobre o assunto.
Leia o comunicado:
O F.C. Porto tem visto nos últimos dias o seu nome envolvido num conjunto de notícias pouco bondosas e que em nada se prendem com a sua vida associativa ou com as actividades desportivas a que, centenariamente, se dedica.
A propósito de um processo de inquérito em curso, que terá tido por base o já recorrente relatório da Inspecção Geral de Finanças, do teor do qual, aliás, o F.C. Porto apenas conhece o que dele se tem transcrito ou citado na Comunicação Social, é agora confrontado com a suspeita de ter sido favorecido por um Ex-Presidente da Câmara Municipal do Porto numa «permuta de terrenos».
Impõe-se ao F.C. Porto, em nome da verdade e da honorabilidade dos visados, reagir serena, mas firmemente:
- O F.C. Porto nunca foi solicitado nem pela Inspecção Geral de Finanças nem por qualquer outra entidade pública para prestar informações ou fornecer elementos documentais relativos à referida permuta de imóveis, nem sequer para explicar a sua motivação ou intervenção neste processo;
- Como é do conhecimento público, a família Ramalho intentou em Março de 1997 uma acção contra o F.C. Porto, questionando a utilização dos terrenos por si transmitidos, algumas décadas antes, para a edificação do parque desportivo do F.C. Porto;
- Este litígio veio a terminar em 4 Janeiro de 2000, por acordo entre as partes, tendo o F.C. Porto pago, nesta data, à Família Ramalho a importância de um milhão de contos;
- Os terrenos então adquiridos pelo F.C. Porto foram a seguir permutados pelos quatro lotes do Parque da Cidade, pertencentes à Câmara Municipal do Porto, avaliados à época pelos serviços competentes em 800 mil contos - o F.C. Porto teria feito um mau negócio...;
- Só que como a Câmara Municipal do Porto só estava disponível para fazer a permuta com a Família Ramalho e esta, por seu turno, apenas aceitava receber em dinheiro a contrapartida da alienação dos seus prédios, ou os lotes do Parque da Cidade já com comprador encontrado - que não existia ¿, o F.C. Porto viu-se obrigado a assumir os riscos próprios do negócio por falta de alternativa;
- O F.C. Porto assegura, inequivocamente, que a postura do Engº Nuno Cardoso foi rigorosa e exemplar, em nada tendo beneficiado quer do ponto de vista pessoal quer patrimonial com esta operação, postura esta em que os Órgãos Sociais do F.C. Porto se revêm incondicionalmente;
- Finalmente, o que parece ser penalizante quer para a pessoa do Eng.º Nuno Cardoso, cuja seriedade está neste momento a ser posta em causa, quer para os representantes do F.C. Porto na negociação deste dossier, é que a competência e eficácia seja sempre motivo de inveja ou de especulação.
Porto, 21 de Janeiro de 2005
A Direcção do Futebol Clube do Porto