Jorginho
Quem é bom, é bom. Jorginho é bom, e ponto final. Na direita, no centro, na esquerda, o brasileiro é bom. Podia pensar-se que perderia capacidades quando deslocado da sua posição natural, mas é uma ideia errada. Esta tarde, frente ao Espanhol, veio confirmar isso mesmo. E descobrir novas virtudes. A de exímio cabeceador, por exemplo. Fantástico o voo sobre Jarque, terminado num cabeceamento violento para golo! Já pouco antes podia ter inaugurado o marcador num outro bom cabeceamento, mas que saiu um tudo ou nada por cima da barra. Logo a seguir ao golo quase repetia a gracinha, mas deslumbrou-se perante o guarda-redes adversário. Para além de talentoso, é também um trabalhador incansável. Não parou quieto um minuto e ainda arrancou a grande penalidade que Diego desperdiçou. Marcaria ainda o segundo golo, para terminar uma tarde quase perfeita.
César Peixoto
O F.C. Porto pode dormir descansado sobre o problema levantado com Nuno Valente. Já tem substituto. Bem melhor do que Leandro. Ataca mais e não compromete a defender. Bem pelo contrário, se há coisa que impressionou foi a capacidade defensiva de César Peixoto, a ocupação dos espaços, o posicionamento defensivo, as dobras aos centrais. Perfeito em tudo. Depois, a atacar, fez do corredor esquerdo o mais dinâmico, arrancou centros perigosos e lançou o segundo golo de Jorginho.
Lucho
O argentino é o patrão do meio-campo. O homem que lança todas as coordenadas por onde se move a equipa. Tem um sentido posicional irrepreensível, sabe aparecer nos espaços vazios, joga rápido, tem excelente capacidade de passe e é muito inteligente. Com ele a harmonia do futebol nunca estanca. Sem precisar de dar muito nas vistas, tornou-se fundamental. Até pela qualidade de remate que mostrou e que lhe permitiu fazer o terceir golo. Tem tudo para ser a figura do F.C. Porto na nova época.
Lisandro
Um bom jogo deste argentino, que ultrapassa em fúria todas as curvas que lhe aparecem no caminho. Assim bem ao jeito de Derlei. Parece porém ser melhor tecnicamente, mas faltar-lhe-á o instinto do Ninja para surgir nas zonas de finalização. Enfim, pormenores. No essencial Lisandro mostrou gostar de uma boa luta, a qual encara de frente. É forte, é rápido, tem um bom remate e nunca desiste de nada. A prova disso esteve em três centros que arrancou no limite da linha de fundo. Dois deles deram golo.
Alan
Começa a mostrar que está ali uma opção segura. Ele que no final do jogo de Penafiel prometeu fazer tudo para agarrar um lugar. Pelo que fez esta tarde em meia-hora de jogo, ninguém o pode acusar de não cumprir as promessas. É certo que beneficiou de maior frescura física, mas revolucionou por completo o futebol da equipa. Sempre em velocidade pela esquerda, fez a jogada da grande penalidade, assistiu Jorginho para o golo e ainda ficou a uma unha negra de também marcar num bom remate.
Vítor Baía e Kameni
Duas excelentes exibições nas balizas. Primeiro Vítor Baía. Continua basicamente o mesmo, se bem que talvez motivado pela concorrência que tem na baliza e que não lhe permite um deslize. Sempre muito concentrado, tem um posicionamento irrepreensível, sabe diminuir os espaços e com isso fez duas excelentes defesas que seguraram o triunfo em momentos cruciais. Kameni foi o melhor do Espanhol. Com grande elasticidade, defendeu um forte remate de Lucho e ainda parou a grande penalidade de Diego.