11 horas da manhã. O treino começara há meia-hora, diziam-no as informações divulgadas no dia anterior, mas não parecia. Um silêncio sepulcral marca a chegada ao Centro de Treinos. Não há adeptos, não há automóveis estacionados à entrada, não há jornalistas no exterior da sala de imprensa, sobram apenas três carros no parque de estacionamento inferior. O segurança que controla as entradas e saídas da academia é a única alma que se vê. Haverá mesmo treino? Pode não parecer, mas há.
No interior da sala de imprensa dois jornalistas entretêm-se com um jogo de computador. Da manhã passada no treino portista não levarão mais que isso e uma troca de palavras. O blackout afasta todas as informações e com ele todos os motivos de reportagem. Chegam mais um, dois, três, quatro jornalistas. Conversa para aqui, conversa para ali. Léo Lima é o primeiro jogador a sair. Que interessa? Ficam pouco mais que meia-hora. Não vale a pena. Não há nada para ver.
Do lado de lá dos portões não há adeptos. Não há a habitual caça ao autógrafo nem a movimentação que causam junto ao portão de uma zona já de si muito pouco movimentada. Só com o aproximar da hora do final do treino começam a chegar os primeiros. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete adeptos. Não mais que isso. A maior parte deles vem apenas por hábito. Passear. Ficam também eles pouco tempo. Apenas uma menina insiste, tímida, em pedir o autógrafo aos jogadores que passam. A manhã acaba logo depois como começou. Com um silêncio sepulcral. O Centro de Treinos de Gaia deixou de ser uma zona de interesse. Para os jornalistas e para os adeptos.